Salvar um criminoso

Livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo
Caítulo XI Amar o próximo como a si mesmo
Caridade com os criminosos

15. Um homem está em perigo de morte. Para salvá-lo, deve-se expor a própria vida. Mas sabe-se que é um malvado, e que, se escapar, poderá cometer novos crimes. Deve-se, apesar disso, arriscar-se para o salvar?

LAMENNAIS Paris. 1862

Esta é uma questão bastante grave, e que pode naturalmente apresentar-se ao espírito.

Responderei segundo o meu adiantamento moral, desde que se trata de saber se devemos expor a vida, mesmo por um malfeitor.

A abnegação é cega. Socorre-se a um inimigo; deve-se socorrer também a um inimigo da sociedade, numa palavra, a um malfeitor.

Credes que é somente à morte que se vai arrebatar esse desgraçado?

É talvez a toda a sua vida passada. Porque, – pensai nisso, – nesses rápidos instantes que lhe arrebatam os últimos momentos da vida, o homem perdido se volta para a sua vida passada, ou melhor, ela se ergue diante dele.

A morte, talvez, chegue muito cedo para ele. A reencarnação poderá ser terrível. Lançai-vos, pois, homens! Vós, que a ciência espírita esclareceu, lançai-vos, arrancai-o ao perigo!

E então, esse homem, que teria morrido injuriando-vos, talvez se atire nos vossos braços.

Entretanto, não deveis perguntar se ele o fará ou não, mas correr em seu socorro, pois, salvando-o, obedeceis a essa voz do coração que vos diz:

“Podeis salvá-lo; salvai-o!”
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