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A quarta geração da informática
O indivíduo em rede, cuja realidade é aumentada por sistemas que ele controla, muda cenários de negócio
INFORMÁTICA não é algo que está conosco há muito tempo, mas podemos, depois de meros 60 anos de tecnologias de informação e comunicação no mercado, dizer muito sobre o que aconteceu até aqui.
E talvez mais ainda sobre o que pode -e vai- acontecer daqui para a frente. Para falar disso, que tal descrever rapidamente as gerações da “informática”, não do ponto de vista técnico, mas social?
Para começar, pense no balcão como referencial. A primeira geração era a dos CPDs, os centros de processamento de dados: os computadores estavam a duas pessoas de nós; falávamos com alguém que nos atendia, que entregava um formulário para um operador… e, na primeira geração, o computador estava “antes” do balcão.
O resto o leitor pode concluir; na segunda geração os computadores foram parar “no” balcão (pense os caixas nos bancos) e, por fim, escaparam dos limites corporativos e foram para “depois” do balcão, na forma dos caixas automáticos e do seu e do meu PC.
E os laptops? Para eles, o referencial é outro, é cada um de nós, trata-se de computação “com” você. Se bem que, no caso do laptop, que hoje começamos a perceber apenas como um passo intermediário no processo de informatização das pessoas, ele não é tão “conosco” assim, como provam celulares, leitores digitais, tabs, pads e smartphones.
Esses, sim, são “com” alguém; são mais leves e mais simples de usar do que os laptops e são verdadeiramente pessoais, porque não apenas transportáveis, mas verdadeiramente móveis.
Essa quarta geração, a dos “sistemas de informação pessoais”, é intrinsecamente conectada e, a esta altura do campeonato, usa sensores (como GPS) e está ligada a sistemas (na nuvem) que “aumentam” a realidade do usuário. É só você experimentar alguma aplicação que descobre coisas ao seu redor (como bares e restaurantes) para saber do que estamos falando.
Saber com quem está a informática dessa quarta geração é mais fácil: o Brasil acaba de passar de 100% de penetração celular; já há mais celulares do que gente em nossa geografia. Não quer dizer, ainda, que todo brasileiro tem um celular, mas também não estamos muito longe disso.
Smartphones, hoje, são 19 milhões; no ano que vem serão 27 milhões, em 2013 deverão ser 75 milhões (segundo a GSM Association) e, em 2014 (na Copa), a Forrester Research diz que teremos 104 milhões de celulares espertos no país.
Para comparar, talvez se deva lembrar que as contas mais infladas de usuários de internet fixa apontam para entre 60 milhões e 70 milhões de usuários no “.BR”.
A quarta geração de informática, a dos sistemas digitais, conectados, móveis e pessoais, já começa a definir comportamentos sociais em escala e se torna objeto de desejo de todos, de todas as idades e faixas de renda, em todos os lugares.
As consequências dessas mudanças, nos negócios e em suas estruturas, serão muito grandes. Até porque todos nós (do lado de cá do balcão) vamos estar on-line 24 horas por dia; e a companhia, vai?
A pessoa conectada, o indivíduo em rede, cuja realidade imediata é aumentada por sistemas de informação que ele, em boa parte, controla, muda cenários de negócio a ponto de a IDC prever (veja em http://bit.ly/hIKwBP) que US$ 125 bilhões dos US$ 447 bilhões das compras de Natal americanas poderiam ser classificadas como “mobile shopping”, ou compras móveis.
Isso quer dizer que todo esse montante vai ser transacionado em “celulares”? Não; quer dizer que pessoas conectadas, o povo da quarta geração da informática, que está usando smartphones, suas aplicações e filtros para gerenciar o ciclo de vida de informação que lhe interessa, está vendo, ouvindo, lendo, discutindo e entendendo bem mais do que está na sua vitrine ou no seu site.
Em rede, importa mais o que nós -a comunidade- achamos que seu produto é do que a sua propaganda quer nos dizer que é.
Agora imagine as consequências, nesta década, de uma quarta geração de informática conectando todos, em todos os lugares, o tempo todo. Pense: “O que isso tem a ver com meu negócio”?
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SILVIO MEIRA, 55, fundador do www.portodigital.org e cientista-chefe do www.cesar.org.br , escreve mensalmente nesta coluna.
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Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me2511201032.htm
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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