Mulher Exclusão e Resgate

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Mensagem número # 5.854 – Terça-feira @ 20120306003934
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Mulher Exclusão e Resgate
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Lenita Maria Costa de Almeida
Pindamonhangaba-SP

Excluída? Em que contexto? Sob qual prisma?
A história nos mostra que milênios Antes de Cristo a mulher sempre exerceu os mais diversos papéis sociais.

Vale lembrar a frase de Vinícius:
“As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental?” . .
O poeta disse isso em passado recente, mas na verdade, no ido dos tempos este enfoque já prevalecia. As belas eram absorvidas pela corte, atraídas e cobiçadas pela estampa.

(As não tanto), conformavam-se com serviços menores, quer no campo, no artesanato ou no lar. Sua força sempre fez-se sentir, mas de forma oculta, não explícita.

Quantas belas mudaram o curso da história, “aconselhando” o amado na intimidade da alcova.

Algumas foram fortes o bastante para assumir sua realeza, onde os exemplos mais rigorosos desta capacidade encontram eco na Inglaterra, que até hoje orgulha-se da tradição monárquica.
Seu reinado foi capaz de influir de tal forma na vida das pessoas, a ponto de simbolizar mudanças refletidas no comportamento social, nas ciências e nas artes, criando “eras”, como a era vitoriana, reconhecida facilmente por suas características notadas ainda na arquitetura, que resiste ao tempo, marco na civilização, num regime soberano que soube amalgamar-se aos quesitos do mundo atual, sem perder os símbolos de sua tradição ao que somaram a liberdade.

Quanto às mulheres do povo, havia uma aceitação do seu múltiplo papel, nas funções de suporte familiar. Isto remete a reflexão sobre a palavra exclusão, pois a mulher sempre esteve incluída, embora na sombra, no processo histórico da vida.

Dizia-se antes:
Atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher.

Evoluiu para: Ao lado de um grande homem, há sempre uma grande mulher.

Hoje: À frente de um grande homem (puxando), há sempre uma mulher.

Ser tratada e avaliada externamente como um ser menor tem raízes tão profundas quanto a própria humanidade. É cultural mesmo.

Historiadores, sociólogos, antropólogos são referências fidedignas de que as guerras, por desumano que pareça, têm o mérito de reequilibrar a sociedade.

O lado positivo mostra desenvolvimento acelerado da ciência, técnicas cirúrgicas, interação lingüística, e outros, sempre promovendo o aproveitamento de toda e qualquer força de trabalho.

Saltando no tempo, as grandes guerras do Século XX (14 e 40) deram chance às mulheres de mostrar que, além dos trabalhos até então a elas inerente, davam conta, com rara perfeição e dedicação, dos trabalhos habitualmente exercidos apenas pelos homens.

Vindo a paz, sua volta para casa não foi prazerosa. A mulher passou a se dar conta do quanto era capaz, e do quanto era explorada, quer como objeto, forçada pela submissão e diferença , quer com ganhos menores no trabalho.

Partiu para a luta, em busca do espaço nunca antes desfrutado. Surgiram movimentos como o feminismo exacerbado. Uma greve aqui, um protesto ali, mas jamais houve uma estagnação para a luta de igualdade pretendida.

Voltando um pouco na história, é importante o pequeno retrospecto a seguir, para alertar nossa consciência reflexiva, para relembrarmos ou sabermos o porquê da comemoração que deu origem ao dia 8 de março(1).

“No dia 8 de março de l857, houve grande greve, reivindicando direitos e igualdade no trato trabalhista.

A represália foi cruel e violenta.

Na tecelagem estavam 130 mulheres. As portas foram fechadas e foi posto fogo no prédio. Todas as mulheres foram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Mas, apenas em 1910, na Dinamarca, durante uma conferência, ficou decidido que o dia 8 de março(1) passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem àquelas mulheres sacrificadas em 1857. Contudo, somente em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

O resto todo mundo sabe. Seria fácil pinçar personalidades femininas que chegaram lá: Madame Cury, Anita Garibaldi, Fernanda Torres ou Cora Coralina. Hoje, urna mulher para igualar-se salarialmente a um homem, precisa ser no mínimo 10x mais capaz do que ele. E isto assusta. Ouvi certa vez, da sexóloga Maria Helena Matarazzo que os homens procuravam-se uns aos outros por medo de enftentar o desconhecido – A MULHER.

Vale lembrar que no século XIX, o modelo social adotado tratava uma dama com respeito, atenção, fazia corte, jamais deixaria de oferecer-lhe um assento, fosse ele confortável ou não. O importante era a nobreza do gesto.

Na operação resgate, entretanto a palavra sugere interpretações semânticas diversas, que oscilam entre ganhos e perdas, no contexto da vitória.

A Folha de São Paulo, em 17/11… abriu a seguinte manchete: Mulheres são hoje 38% dos empresários. São criativas, empreendedoras, perfil detalhista. Entretanto ao se “igualarem” aos homens, enfrentam barreiras domésticas e maior número de negativas para obterem financiamentos. Vencem, mas tomam-se obcecadas por urna política de resultados, comprometendo a saúde, com alto nível de stress.

Emerge um aspecto fantástico. Por outro lado, em se tratando de corpo e espírito,
a perda deve ser avaliada. Às vezes, nem os ditos cavalheiros de elite, têm atitudes de cortesia para com a mulher.

Despesas são repartidas, mesmo num jantar à velas. Na verdade, a mulher pode e deve fazer qualquer tipo de serviço atribuído a um homem. (Mas não perder a pose).

Se na corte do Rei Arthur, os cavalheiros amarravam o lenço da amada em sua arma de combate, a ela oferecendo a vitória ou a vida, hoje vê-se uma disputa, tipo: esta caneca é minha, eu comprei com o meu dinheiro… E todos homens e mulheres sofrem o stress da carência afetiva. Tornaram-se concorrentes. Não mais se completam na parceria dos sentidos. Buscam, ambos, o inatingível que se perpetua na estabilidade de um convívio inteligente e maduro.

Segundo Pascal – homem e mulher – para se complementarem sem frustrações podem ser comparados a duas árvores, plantadas uma ao lado da outra, mas com crescimento próprio.

Minha intenção, nestas breves colocações é provocativa. Sugere uma reflexão que resulte em soma: Homens – seres com suas características e valores naturais.

Mulheres – criaturas sensíveis, fortes, determinadas, que, não, fugindo da mãe natureza, constituem, habitualmente, o ponto de equilíbrio nas relações humanas em geral.

Sugestão. Não contrapor, mas compor.

Este seria o RESGATE, componente do equilíbrio na grande obra da serenidade maior, que não é por acaso, que se chama MULHER.
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(1) fonte: http://bit.ly/fydwGf
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Publicada em: Sinapseslinks
http://sinapseslinks.wordpress.com/
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Sinopse da autora:
Link: http://bit.ly/yqipjB
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Um comentário sobre “Mulher Exclusão e Resgate

  1. DIGNIDADE para a mulher.

    Qualquer tipo de violência nos entristece. A negação dos direitos humanos da mulher, violência de gênero, nos deixa desequilibrados.

    Imaginem a dor que senti ao tomar conhecimento de um acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, de 1974, que referia uma manifestação do Procurador de Justiça declarando que considerava o estupro praticado pelo réu uma “cortesia” e não um crime.

    A advogada Jussara Oliveira afirma que a moralidade da mulher é levada em consideração mais do que a análise e julgamento do ato em si. São assim acusadas de “sedutoras”.

    A postura majoritária na magistratura é de omissão, nada fazendo para que seja respeitada a dignidade da mulher.

    Ainda é fato que os crimes sexuais, e de modo especial o de estupro, aumentaram nas últimas décadas. Não cresceram na mesma proporção as condenações impostas aos agressores, indicando que está sendo mais tolerado pelos tribunais.

    É de domínio público que mulheres são colocadas em celas masculinas, onde sua dignidade sofre grave lesão.

    É urgente a modificação desse quadro. Sabemos que a lei não educa ninguém. Pedagogos e professores podem ser acusados, mas “ninguém restaura um serviço sob as trevas da desordem”.

    É evidente que nos tratados e convenções as questões específicas das mulheres recebem tratamento secundário e marginal.

    Fonte:
    DIGNIDADE para a mulher.
    É necessário restabelecer a igualdade entre cidadãos
    http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.17.htm

  2. Importante este artigo que no faz refletir sobre a emancipação feminina que nos trouxe tantos benefícios e também alguns dissabores…
    Saudades dos tempos dos verdadeiros cavalheiros…mas ao mesmo tempo..onde estão as verdadeiras damas??
    A luta do cotidiano e a concorrência acirrada nos campos de batalha nos deixaram bem menos femininas..e portanto bem menos aptas aos atos de cavalheirismo..
    Ha as que ate rejeitem os que abrem as portas e pagam as contas..
    Eu, de minha parte, como boa romântica..sinto falta..muita falta dos homens de outrora..e das mulheres também…
    Que Deus nos faça perceber a tempo que as diferenças são ótimas..e que cada qual tem um papel diferente na sociedade, antes que nos massifiquemos tanto que nem percebamos mais as nossas diferenças..
    Edna Sbrissa

  3. Salve Mestra Lenita ! mais uma vez soube tão bem colocar o significado da mulher na contemporaneidade ! Texto rico em história e reflexão ! Adorei as suas colocações. Abraços Prof. Marco Mascarenhas

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