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Drogas
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A devastação das drogas sintéticas
Carlos Alberto Di Franco. diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciência Sociais –IICS (www.iics.edu.br) e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, é diretor da Di Franco – Consultoria em Estratégia de Mídia (www.consultoradifranco.com). E-mail: difranco@iics.org.br
Uma nova droga destruidora ameaça a juventude: a cápsula do vento. Trata-se de um pó branco, de aparência comum, mas devastadora. É um derivado da anfetamina e tem propriedades alucinógenas. Seus efeitos podem durar horas.
Existem relatos de pessoas que ficaram até uma semana sob efeito alucinógeno dessa substância. O usuário pode ter alterações cardíacas, convulsões, fortes alucinações e chegar à morte.
O uso de drogas ilícitas no mundo vem crescendo, apesar dos esforços mundiais de controle. O aumento no consumo das drogas sintéticas é considerado pelo Escritório da ONU de Combate ao Crime e às Drogas (Unodc), como “o inimigo público número um”. Ao contrário das drogas tradicionais, feitas à base de plantas, as drogas sintéticas são feitas com produtos químicos facilmente obtidos em laboratórios improvisados. O combate é, por isso, muito mais difícil.
O uso das drogas sintéticas hoje é uma questão de moda. Assim como vimos, nos 60, o crescimento do uso de LSD e heroína ligado ao movimento hippie, hoje há a cultura da música tecno, que incentiva o uso de drogas como o ecstasy. Essa situação preocupa, porque vai mudar o paradigma do combate às drogas. A prevenção vai ganhar uma importância muito maior do que a repressão.
Nessa década, o maior problema que nós vamos vivenciar é a droga sintética. Principalmente o ecstasy. As prisões de traficantes são um forte indicador da presença das drogas sintéticas e, ao mesmo tempo, revelam um novo perfil do tráfico: jovens universitários, de classe média e alta, compõem o novo mapa do crime. O rosto do usuário também vai sendo perfilado: boa escolaridade, inserido no mercado de trabalho e pertencente às classes sociais mais privilegiadas.
O envolvimento com o tráfico de drogas bate às portas das casas dos bairros de classe media. Mostra a sua garra aos que se julgavam imunes ao seu apelo e ensombrece a alma das famílias que sucumbem ao drama da delinquência insuspeitada.
O ecstasy é uma droga estimulante e alucinógena. Segundo o professor Ronaldo Laranjeira, da Universidade Paulista (Unifesp), “ela foi sintetizada para ser um novo moderador de apetite, mas foi descartada pelo laboratório químico que a produziu porque era muito tóxica. Ficou na prateleira por várias décadas e foi redescoberta na década de 70 para ser a droga do amor. Depois se transformou na droga mais usada em discotecas.”
O ecstasy desencadeia transtornos psiquiátricos como síndrome do pânico e depressão. Costuma vir acompanhado de taquicardia e aumento da temperatura do corpo e tem sido a causa de inúmeras mortes. Segundo Ronaldo Laranjeira, “o grande problema do ecstasy é o dano cerebral que a droga produz, principalmente nos neurônios responsáveis pelo prazer.”
O cardápio macabro das baladas, infelizmente, tem sempre novidades. Duas novas drogas foram introduzidas no menu das raves: a ketamina e o GHB. A ketamina, também conhecida por cetamina, ou special K, é um anestésico usado em cirurgias e animais. É um parente químico do ácido lisérgico, o LSD.
“Os principais efeitos que provoca é o desprendimento corporal, o sujeito consegue se dissociar do corpo. O uso frequente da droga pode causar danos na atenção, na memória, no estômago, coração e fígado”, alerta o psicólogo Murilo Battisti. O GHB, também chamado de ecstasy líquido, não tem cheiro nem gosto. É perigosíssimo, principalmente quando misturado com álcool. Ambos -GHB e álcool- diminuem muito a atividade do cérebro. Associados, o efeito é ainda maior. O GHB é uma droga fortemente depressora. Pode levar ao coma e induzir ao suicídio.
Como vê, caro leitor, a escalada das drogas é um fato assustador. Enfrentá-la só é possível com informação correta, prevenção e recuperação.
Meu objetivo, neste artigo, é ajudá-lo a dar os dois primeiros passos: conhecer o que se passa no ambiente rarefeito de inúmeras discotecas e raves e entender as características devastadoras das novas drogas sintéticas. Só assim, com informação clara e sem eufemismos, você poderá captar eventuais mudanças comportamentais e dar uma orientação segura aos seus filhos.
A família, um espaço de carinho, diálogo e firmeza, exige presença do pai e da mãe. Ela é, de fato, o pré-requisito da prevenção. Quando a família fracassa, as políticas antidrogas acabam se transformando no cemitério de boas intenções.
O terceiro passo, a recuperação, é uma indeclinável responsabilidade dos governos. É preciso que os governantes ajudem para valer os serviços especializados e as instituições idôneas que, anonimamente e com grande sacrifício, investem na recuperação de dependentes químicos. Trata-se de um problema de saúde pública. Recuperar é salvar vidas e multiplicar aliados na luta contra as drogas.
Um dependente recuperado é o melhor prosélito das campanhas preventivas. Impõe-se que os responsáveis pelo combate às drogas abandonem o conforto de seus gabinetes e entrem em contato com o verdadeiro drama dos adictos.
Eu fiz isso. Não considero correto escrever e opinar a respeito de uma realidade distante: conversei com especialistas, ouvi relatos de dependentes químicos, visitei comunidades terapêuticas que apresentam elevados índices de recuperação, desenvolvi, enfim, um trabalho de reportagem.
Espero que o governo faça a sua parte. Segundo me consta, o Congresso Nacional está decidido a arregaçar as mangas e entrar num autêntico mutirão em prol dos que lutam pela recuperação. A iniciativa, se confirmada, merece os aplausos da sociedade. A dependência química não admite politicagem. Reclama, sim, seriedade e realismo.
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Colaboração:
Prof. Dr. Luiz Carlos Formiga
Rio de Janeiro-RJ
A dependência química não admite politicagem.
“Drogas nos farão pensar suprapartidariamente o momento bio-psico-cultural e político-econômico-social. Como fazer diante de pessoas que pressentem que estão na direção da tragédia, e, ainda assim, caminham para o abismo.”
“In” Aids, Tóxicos e Reencarnação.
Livro – As Drogas e Suas Consequências. 1993. Editora Fonte Viva. BH.MG.
http://visaoespiritabr.com.br/cura/12-passos#more-3461
A família, um espaço de carinho, diálogo e firmeza, exige presença do pai e da mãe. Ela é, de fato, o pré-requisito da prevenção. Quando a família fracassa, as políticas antidrogas acabam se transformando no cemitério de boas intenções.
Os pais devem provar aos jovens que a religião para eles não é simples formalidade, apenas um credo, com aparência de espuma flutuante.
Educar dá trabalho, mas a criatura humana é o maior investimento divino. Como a essência de qualquer religião é o amor, deixe claro para seu filho rebelde que se ele se afastar da Doutrina Espírita, “a afeição que você tem por ele permanecerá inalterada.”
“In” Deixe Claro para seu Filho.
http://br.groups.yahoo.com/group/espiritismoonline/message/29251
http://www.iqm.unicamp.br/~formiga/neu/deixeclaroparaseufilho.pdf
A prevenção vai ganhar uma importância muito maior do que a repressão. Um dependente recuperado é o melhor prosélito das campanhas preventivas.
Fatores biológicos ou psicológicos podem impulsionar pré-adolescentes e jovens para a beira do precipício. No entanto, esses impulsos são liberados ou bloqueados através da influência social. O que dá legitimidade às interdições sociais são os laços afetivos familiares.
No fundo do precipício do suicídio há muito sofrimento, também para os que ficam. Parentes terão que perdoar e abundar em indulgência. Trabalhar pela prevenção é iniciativa feliz.
“In” Quase Viúva. Espiritualidade e Sociedade.
http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/FORMIGA_Luiz_tit_Drogas_Quase-Viuva.htm