Idéia de Humanidade

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Idéia de Humanidade
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VANGUARDA LITERÁRIA.
IDÉIA DE HUMANIDADE.
*JOSÉ VALDEZ DE CASTRO MOURA

Os velhos mestres sempre nos ensinaram que as idéias assemelham-se aos seres vivos: nascem,crescem, se desenvolvem, mas, ao contrário destes, quando têm corpo, são bem fundamentadas, tornam-se imperecíveis.

Como dizia o sábio grego Platão, devem ser reais e não meros produtos da fantasia.

Pertencem a dois domínios: as do reino invisível do espírito e as do reino visível da realidade terrena.

Se não mergulham neste as suas raízes estão condenadas, portanto, a permanecer no âmbito das ideologias ou utopias. Entretanto, podem elas desaparecer durante um tempo da órbita visual dos homens, obnubilar-se, e reaparecer rejuvenescidas, cheias de vigor.

Tudo indica que é o que vem ocorrendo com a idéia de humanidade, entrevista pela visão do povo grego, apropriada pela garra bélica, potente de Roma imperialista e conquistadora e, futuramente sendo um gérmen fecundo, formador na realidade histórica dos povos, reaparecendo em encantadora policromia que por vezes nos deixa maravilhados ou desnorteados.

Afinal, qual o significado da idéia de humanidade?

Em primeiro lugar, significa o homem enquanto homem, envolto na realidade nua e crua do ambiente que o rodeia e, em segundo lugar, um movimento de tornar o homem melhor, humanizá-lo no sentido dinâmico, não apenas o homem que é, mas o homem que deve ser, papel esse destinado especialmente à Educação.

Compreender o homem enquanto homem é um convite que já se encontrava escrito, há séculos, no Templo de Delfos, na velha Grécia ( “Conhece-te a ti mesmo” ), convite esse para nos tornarmos cônscios da nossa pequenez, da nossa limitação, das contingências, em oposição ao poder transitório, à imortalidade e sobretudo para tomarmos consciência das dimensões ética, espiritual, moral e racional do LOGOS (conhecimento, saber) ordenando sensatamente a vida.

Conhecer-se e compreender os outros homens tais como se manifestam.

A idéia de humanidade traz-nos compromissos, porque já dizia Terêncio: ”Homo sum, humani nihil a me alienum puto” ( “Sou homem e não me coloco alheio ao que é humano”).

Portanto, essa compreensão não se aplica exclusivamente ao indivíduo;estende-se a outros grupos representados por povos, nações, raças, desenvolvendo-se assim na esfera do social, do universal.

A idéia de humanidade afirma o homem e a vida, abre-se para ambos, aceita o desdobramento da existência, incorpora o homem à natureza, representa uma conquista qualitativa.

Devemos portanto, ao ter essa idéia ampla, pensar no homem, cuidar das ruas, com os olhos no infinito.

Afirmar a unidade em prol da multiplicidade, fugindo sempre de critérios rigidamente quantitativos, gritando com todas as forças contra a progressiva materialização da vida.

*O autor é Médico, Professor Universitário, Mestre e Doutor pela USP.Pertence a várias Instituições científicas e Culturais do Brasil e do Exterior.

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