Anseio de Amor

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20140723_Anseio_Amor
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Anseio de Amor
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Quando me vi, depois da morte,
Em, sublime transporte,
E reclamei contra a fogueira
Que me havia calcinado a vida inteira
Pela sede de amor …

Quando aleguei que fora, em toda estrada,
Folha ao vento,
Andorinha esmagada
Sob o trator ao sofrimento….
Quando exaltei a minha dor,
Mágoa de quem amara sempre em vão,
Farta de incompreensão….

Alguém chegou, junto de mim,
E disse assim:
— Maria Dolores,
Você que vem do mundo,
E se diz
Tão cansada e infeliz,
Que notícias me dá do vale fundo
De provação,
Onde a criatura de tanto padecer
Não consegue saber
Se sofre ou não?

Você que diz trazer o seio morto,
Que me pode falar
Dos meninos sem pão e sem conforto,
Das mulheres sem lar,
Dos enfermos sozinhos,
Que a febre e a fome esmagam nos caminhos,
Sem sequer um lençol ou a bênção de uma prece,
Dando graças a Deus, quando a morte aparece?!…

Você, Maria Dolores,
Que afirma haver amado tanto
E que deve ter visto
O sacrifício e o pranto
De quem clama por Cristo,
Suplicando o carinho que não tem,
Que me pode contar daquelas outras dores,

Daquelas outras aflições
Dos que choram trancados em manicômios e prisões,
Buscando amor, pedindo amor,
Exaustos de tristeza e de amargura,
Como feras na grade,
Morrendo de secura,
De solidão, de angústia e de saudade?!…

Bem-querer!… Bem-querer!…
Ai de mim, que nada pude responder!
Que tortura, meu Deus, a verdade, no Além!…
Calei-me, envergonhada…
Eu que apenas quisera ser amada,
Não amara a ninguém…
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pelo Espírito Maria Dolores – Do livro: Antologia de Espiritualidade, Médium: Francisco Cândido Xavier
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Colaboração:
Telma Canettieri Ferrari
Pindamonhangaba-SP

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