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Manoel Philomeno Baptista de Miranda
Bacharel em Comércio e Fazenda (o que seria hoje um misto de curso de varejo com finanças) Manoel Philomeno Baptista de Miranda passou a ser reconhecido pela sua capacidade profissional e por ajudar a todos que o procuravam, tendo ou não capacidade de pagar pelos seus serviços.
Por: Joaquim Ferreira
Trabalhador da Seara Bendita na Assistência Espiritual P1 e editor da revista Seareiro
Depois de percorrer consultórios de vários médicos sem alcançar um resultado positivo para sua enfermidade, Manoel Philomeno Baptista de Miranda foi curado pelo médium Saturnino Favila, da cidade de Alagoinhas, no interior da Bahia. O doente recebeu passes, água fluidificada e alguns remédios fitoterápicos, extraídos lá mesmo, da rica flora medicinal da região.
Estava plantada em seu coração a semente do espiritismo, que germinou com toda força quando passou a frequentar a União Espírita Baiana, hoje Federação Espírita do Estado da Bahia. Ao viajar a Salvador, conheceu o presidente e fundador José Florentino de Sena, conhecido como José Petitinga, de quem ficou muito próximo, vindo a sucedê-lo na presidência, em 1939, após sua morte. Logo que abraçou a Doutrina Espírita, sob a orientação de Petitinga, tornou-se uma espécie de “diplomata” da entidade, percorrendo o estado da Bahia para resolver todos os problemas que surgiam nas Casas Espíritas da capital ou do interior.
Manoel Philomeno interessou-se pelo estudo e pela prática do espiritismo, um encontro fundamentado na filosofia, religião e ciência que já praticava empiricamente desde muito jovem.
Nascido em 14 de novembro de 1876, em Jangada, no município baiano do Conde, filho de Manoel Baptista de Miranda e Umbelina Maria da Conceição, foi ainda na juventude que Manoel Philomeno de Miranda começou a ficar conhecido por suas práticas e atitudes centradas no bem.
Graduou-se bacharel em Comércio e Fazenda pela Escola Municipal da Bahia, hoje Faculdade de Ciências Econômicas de Universidade Federal da Bahia e logo passou a ser reconhecido pela sua capacidade profissional e por ajudar a todos que o procuravam, tendo ou não capacidade de pagar pelos seus serviços.
Ao mesmo tempo em que, em suas andanças pelas Casas Espíritas baianas, resolviam todos os tipos de dificuldades, também combatia com brilho os detratores do espiritismo. Era delicado, educado, mas firme na defesa da Doutrina Espírita e não deixava um ataque sem resposta em qualquer canto onde se encontrava.
Na literatura, escreveu “Resenha do Espiritismo na Bahia” e “Excertos que justificam o Espiritismo”, que publicou omitindo o próprio nome. Em resposta ao Padre Huberto Rohden publicou um pequeno livro intitulado “Por que sou Espírita”.
Na prática do espiritismo, entendia que o trabalho espírita só faz sentido quando seus adeptos se preparam para o intercâmbio espiritual, resguardando-se ao máximo na oração, na vigilância e no trabalho superior, para o bem. Era extremamente dedicado às reuniões mediúnicas, gostava de trabalhar com desobsessão e defendia como fundamental a prática da caridade pelas Casas Espíritas, pois servia também como poderoso instrumento de precaução contra todos os segmentos que perseguiam e atacavam o espiritismo.
Mesmo depois de desencarnado, em 14.07.1942, o humilde trabalhador baiano do espiritismo não parou de estudar a desobsessão, conforme revelou a Divaldo Pereira Franco, em uma aparição, 20 anos depois de psicografar pela mão de Chico Xavier uma mensagem endereçada a ele. Divaldo conta:
“Numa das viagens a Pedro Leopoldo, no ano de 1950, Chico Xavier psicografou para mim uma mensagem ditada pelo Espírito José Petitinga e no próximo encontro outra ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Eu era muito jovem e, como é compreensível, fiquei muito sensibilizado. Guardei as mensagens, bebi nelas a inspiração, permanecendo confiante em Deus.
No ano de 1970, no mês de janeiro, apareceu-me o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, dizendo que, na Terra, havia trabalhado na União Espírita Baiana, atual Federação, tendo exercido vários cargos, dedicando-se, especialmente à tarefa do estudo da mediunidade e da desobsessão.
Quando chegou ao Mundo Espiritual foi estudar em mais profundidade as alienações por obsessão e as técnicas correspondentes da desobsessão”.
A convivência com Petitinga, conhecido latinista (estudioso da literatura e das línguas latinas) e amigo de Carneiro Ribeiro – que ficou conhecido por debater pela imprensa com Ruy Barbosa – estimulou Miranda a aprimorar os conhecimentos linguísticos, o que foi feito, conforme Divaldo Franco, no mundo espiritual, e que viria a ser muito útil na sua futura tarefa de disseminar estudos sobre a mediunidade. Prossegue Divaldo:
“Convidado por Joanna de Ângelis, para trazer o seu contributo em torno da mediunidade, da obsessão e desobsessão, ele ficou quase trinta anos realizando estudos e pesquisas e elaborando trabalho que mais tarde iria enfeixar em livros.
Ao me aparecer, então, pela primeira vez, disse-me que gostaria de escrever por meu intermédio.
Levou-me a uma reunião, no Mundo Espiritual, onde reside, e ali mostrou-me como eram realizadas as experiências de prolongamento da vida física através de transfusão de energia utilizando-se do perispírito. “Depois de uma convivência de mais de um mês, aparecendo-me diariamente para facilitar o intercâmbio psíquico entre ele e mim, começou a escrever ‘Nos Bastidores da Obsessão’, que são relatos, em torno da vida espiritual, das técnicas obsessivas e de desobsessão”.
Desde 1970, a mensagem do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, em livros tidos como “romances”, revela um exame profundo da mediunidade atormentada e das patologias obsessivas. Ao todo já foram editados 17 livros, todos por intermédio de Divaldo Franco.
Frequentou a sede da Federação até dois dias antes de desencarnar, em 14 de julho de 1942, por problemas cardíacos. Mesmo debilitado, subia as escadas da entidade a fim de não faltar às sessões, o que fazia com grande alegria, sempre com um sorriso e muita animação. Sentia-se reconfortado por estar a serviço de Jesus.
Ao deixar de ir trabalho, conforme documentaram seus contemporâneos da Federação, Miranda disse: “Agora sim! Não vou porque não posso mais. Estou satisfeito porque cumpri o meu dever. Fiz o que pude… o que me foi possível. Tome conta dos trabalhos, conforme já determinei.” E Dois dias depois, desencarnou o incansável e amado trabalhador da Doutrina Espírita.
Box:
Produção literária e doutrinária
Livros escritos pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda por intermédio de Divaldo Franco
• Nos Bastidores da Obsessão (1970, FEB)
• Grilhões Partidos (1974, LEAL)
• Tramas do destino (1976, FEB)
• Nas Fronteiras da Loucura (1982, LEAL)
• Painéis de Obsessão (1984, LEAL)
• Loucura e Obsessão (1988, FEB)
• Temas da Vida e da Morte (1996, FEB)
• Trilhas da Libertação (1996, FEB)
• Tormentos da Obsessão (2001, LEAL)
• Sexo e Obsessão (2003, LEAL)
• Entre os Dois Mundos (2006, LEAL)
• Reencontro com a Vida (2006, LEAL)
• Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos (2009, LEAL)
• Transição Planetária (2010, LEAL)
• Mediunidade: Desafios e Bênçãos (2012, LEAL)
• Amanhecer de Uma Nova Era (2012, LEAL)
• Perturbações Espirituais (2015, LEAL)
Em Amanhecer de uma Nova Era, penúltima obra, o autor enfoca a transição do Planeta Terra (de Mundo de Expiação e Provas para Mundo de Regeneração). Trata-se da continuação do livro Transição Planetária; Perturbações Espirituais. Ambas abordam os desafios modernos em forma de obsessões coletivas e individuais, especialmente nas Sociedades Espíritas sérias dedicadas à renovação da sociedade, bem como nos grupamentos humanos que se dedicam ao progresso e à felicidade das criaturas.
REFERÊNCIAS:
http://www.uemmg.org.br
https://pt.wikipedia.org/wiki/Manoel_Philomeno_de_Miranda
http://doutrinaespirita.com.br/?q=node/17
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Leal +55 12 98260-2909
eudisonleal@gmail.com
www.comkardec.com
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Leal, aprendiz em todas as instâncias da Vida
Encarnado há 28.931 dias.
Obrigado Senhor!
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Publicação número 14.049
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