Diniz Aleixo de Moraes

UMA PLANTINHA DESPRETENCIOSA

Hoje quando eu ia para um determinado lugar, pela manhã, passei por uma plantinha que estava alojada numa reentrância da calçada. De cor verde escuro, trazia em alguns dos seus ramos, umas florzinhas em forma de estrela, e de cor amarela.

Não parei  para admira-la, porque ela não apresentava nenhuma beleza exuberante, mas ela mereceu minha reflexão, sobre a humildade e a contribuição de cada um de nós para com a Natureza. ‘De fato, ela não era bonita, mas estava  lá, onde nasceu, resistente…. foi  plantada provavelmente, por uma semente trazida pelo vento  ou a poeira da rua.

Ela não “merecia” o olhar dos passantes, e talvez até arrancadas na hora da varrição da sarjeta, onde está próxima, no entanto ela estava ali como tributária do verde que tanto precisamos na cidade com tanto cimento. Ela existia simplesmente, independente  da admiração dos humanos.  As suas próprias florzinhas amarelas talvez tão efêmeras,  estavam lá como que dizendo: “Também faço parte da Natureza”, ainda que modesta  e despretensiosa.

Bem. E daí? E daí, ocorre que nós humanos tão preocupados com tantas coisas que achamos importantes na vida, nos esquecemos da Natureza da qual fazemos parte. Pior! Agredimos a Natureza de forma inconsciente, quando não separamos os lixos que produzimos ( e como os produzimos) para a coleta do serviço público; quando jogamos um simples papel na rua, ou quando utilizamos sacolas plásticas sem nenhum critério de descarte. 

A cultura do plástico está tão arraigada em nós, que nem passa pela nossa percepção o quanto de plástico manipulamos diariamente. Quantos produtos compramos embalados em plástico, e que esvaziados seguem direto para  o lixo comum.

E o aterro de lixo que ajudamos a acumular diariamente? Ninguém pensa nisso. Na verdade não basta só pensar nisso, é necessário participar para minimizar o problema. Isso não é só um problema das Prefeituras. Reciclamos tão pouco lixo nesta cidade. No bairro onde moro, o coletor de lixo reciclável passa uma vez por semana e nem é em todas as ruas que ele faz  a coleta. Resultado. Acumulo de lixo no aterro onde se encontra de tudo misturado com lixo orgânico, que  deveria ser  processado, talvez produzindo adubo, enquanto que os sólidos seriam separados para alguma reutilização. Mas não estamos nem aí! Somos Robôs?

Bem. E a florzinha?  Ela ocupa o seu lugar, mas e nós nesse contexto?  Parece que estamos perdidos no espaço!

Crônica de  Diniz 14/05/2020.

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Publicação número 14.760
Publicado em: 16jan2021

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