Hanseníase

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Moléstia de Hansen

O ENFOQUE ESPÍRITA À MOLÉSTIA DE HANSEN

No que diz respeito à abordagem médica e também materialista da questão, gostaríamos de traçar um paralelo com um dos princípios básicos da Doutrina Espírita, que é a Lei de Causa e Efeito a que todos estamos subordinados.

Através dela, o indivíduo assume débitos e créditos, em suas múltiplas existências terrestres.

Isto faz com que receba um corpo consoante seus atos praticados em vidas anteriores.

Portanto, o chamado fator imunológico do organismo pela Medicina, tem para nós, espíritas, estreita relação com as formações perispiríticas do indivíduo.

Mas vejamos como o Espírito de André Luiz enfoca a questão:

“Sob o mesmo princípio de relatividade, a funcionar, inequívoco, entre a doença e doente, temos a incursão da tuberculose e da lepra, da brucelose e da amebíase, do endocardite bacteriana e da cardiopatia chagasica, e de muitas outras enfermidade, sem nos determos na discriminação de todos os processos morbosos, cuja relação nos levaria a longo estudo técnico.

É que geralmente, quase todos eles surgem como fenômenos secundários sobre as zonas de predisposição enfermiça, que formamos em nosso próprio corpo, pelo desequilíbrio de nossas forças mentais, a gerarem rutura ou soluções de continuidade nos pontos de interação entre o corpo espiritual e o veículo físico, pelas quais insideram o assalto microbiano a que sejamos particularmente inclinados pela natureza de nossas contas cármicas.(24)”

De onde vem? Como vem? Por que vem? Por que se contagiam umas pessoas e outras não? Estas dúvidas, só parcial e recentemente a Medicina procura aclarar. No entanto, as Doutrinas Espiritualistas, tão antigas quanto a própria Humanidade, já lançaram luz sobre vários problemas em que, infelizmente, muitos se negam a acreditar. Todavia, permanece a Justiça Divina em suas origens.

O espírita conhece a utilidade do sofrimento; sabe que é um mal apenas na aparência, sendo um fator de equilíbrio e reajustamento, o qual encerra, em sua natureza íntima, reações naturais de um Deus soberanamente justo e bom. Ademais, apresentando-se a liberdade como sagrada, estabelece-se a Lei de causalidade como inviolável, e por isso, se existem céu e o inferno, estes nascem, vivem e morrem dentro de nós. Querer ignorar os progressos da Medicina em relação ao mal de Hansen é querer distanciar-se do problema; dar continuidade às atitudes estigmatizantes, com relação a seus portadores, é falta de caridade cristã, além de ser um pré-julgamento sem conhecimento de causa. Nós que, aliando a razão ao bom senso optamos pela militância nas fileiras do Espiritismo, cedo nos conscientizamos de que o estudo da Doutrina Consoladora ilumina nossos caminhos, numa mensagem de que todos os males radicados no Planeta – e que proliferam em seus quatro cantos – são provenientes das transgressões à Lei de Deus, perpetradas por nós mesmos.

Com efeito, deste esclarecimento podemos deduzir que a intensidade dos delitos praticados em nossas diversas encarnações se refletirá em nossa existência presente. Isto, na proporção da Lei de Resgate a que seremos submetidos.

A História Universal nos relata episódios aviltantes praticados pelos homens. Na aurora do Cristianismo, os circos romanos se transformaram em palcos, onde se sucediam a selvageria e os cristãos ora eram massacrados por brutais gladiadores, ora serviam de alimentos a feras, ora iam transformados em tochas humanas para diversão e prazer dos altos mandatários do Império. Por outro lado, grandes guerras devastaram a Humanidade, fazendo-a enfrentar toda sorte de perversidades cometidas a maior parte das vezes por orgulho. A Inquisição tornou-se um capítulo sombrio na História da Igreja, e, o amor, pregado pelo Grande Mestre, se esvaía nos gestos mais torpes, na realidade mais cruel. Hoje, quando nos deparamos com irmãos passando pelas mais diferentes provas, e dentre elas, a “Hanseníase”, peçamos que eles percorram esta senda com resignação, porque, curvar-se com humildade à Lei do Alto significa encontrar o caminho que conduz ao porto onde serão quitadas as dívidas de pretéritos delituosos.

Não nos preocupemos como o problema do contágio, pois, conforme o exemplo do próprio Cristo, que pernoitou muitas vezes em casa de Simão, o Leproso, já tivemos prova de que o bacilo não faz morada no corpo, mas no espírito. Recordemos ainda, que o Divino Mestre nos preveniu de que “o Pai não colocaria fardos pesados em ombros frágeis”. Sendo Deus Sabedoria, Justiça e Amor, em toda sua plenitude, jamais determinaria um prova pesada a quem não estivesse preparado para suportá-Ia, pois a força da dívida equivale à dimensão espiritual do Ser. Recordemos ainda, que a dor, nestas condições, se apresenta como salutar remédio; seja ela física ou moral, é sempre um fator de alívio e regeneração para o espírito endividado.
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(24) “Evolução em Dois Mundos” – pág. 128, pelo Espírito de André Luiz psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, 3.a Ed. FEB
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Livro fonte:
A Extraordinária Vida de Jésus Gonçalves
Autor: Eduardo Monteiro Carvalho
Edições Correio Fraterno
6ª. Edição, 1991
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Publicado em SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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