Água potável

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O negócio da água potável

Por Duncan Wilbur*
19/11/2010 – 12h11

Londres, Inglaterra, novembro/2010 – O mundo está começando lentamente a entender que estamos em meio a uma séria crise da água em nível planetário e, portanto, da saúde pública. Atualmente, 884 milhões de pessoas não têm acesso ao fornecimento seguro de água doce, enquanto a ONU estima que até 2030 mais da metade da população mundial viverá em áreas com alto risco de escassez.

Não surpreende que o mundo empresarial esteja cada vez mais consciente de que a crescente demanda está criando um futuro incerto. A água agora se converteu em um grande negócio. Existe uma interligação entre o acesso das pessoas a água, as empresas com interesse particular na água e as que centram sua atenção nos mercados emergentes.

Os negócios dependentes do uso da água em operações diretas e por meio de redes de fornecimento – em particular às companhias multinacionais – estão reconhecendo de maneira crescente os riscos políticos, sociais, econômicos e ambientais vinculados à água. Em última instância, se as pessoas não tiverem acesso a água devido às atividades de uma empresa, coloca-se em risco sua reputação e sua autorização para operar.

De fato, vimos uma proliferação de campanhas relacionadas com a água que algumas das principais firmas do setor realizam. Estas campanhas têm temas comuns: destacam o trabalho que as empresas realizam para minimizar a quantidade de água utilizada na produção e baixar o nível de contaminação provocado pelos processos industriais, e anunciam em alto e bom som que estão gastando dinheiro para garantir que mais pessoas tenham acesso a um fornecimento seguro.

Os compromissos assumidos por estas empresas merecem aplauso. Porém, diante da crua realidade de que quase um bilhão de pessoas vivem sem água segura, é claro que os empresários devem rever seus planos e suas atividades com a utilização deste recurso.

As campanhas não são suficientes. O setor privado, os governos e a sociedade civil devem ampliar seus esforços para garantir que os mais pobres do mundo tenham um acesso justo a água. O impacto da escassez de água nos países em desenvolvimento é imenso, particularmente nas áreas de saúde infantil, educação das meninas, e bem-estar e sustento das mulheres.

Nas áreas urbanas as mulheres podem passar horas em filas para conseguir água em uma torneira pública ou se veem diante da necessidade de obter água contaminada ou de vendedores, que cobram altos preços, ou de outras fontes duvidosas. Frequentemente suja e insegura, essa água pode ser letal.

Este ano, uma análise da revista The Lance aponta a diarreia como o maior assassino de crianças na África subsaariana; 90% dos casos de diarreia são causados por água insegura e pobres instalações sanitárias, e matam mais crianças do que a aids, o sarampo e a malária juntos.

Com tais consequências fatais, não é, absolutamente, suficiente as empresas assumirem a questão por meio de sistemas de manejo razoável do recurso (que deveria ser uma prática padrão) ou que invistam em esquemas de fornecimento de água para a comunidade acreditando que com isso cumprem suas responsabilidades. A situação exige que as empresas, os doadores, as organizações da sociedade civil e os governos se unam para enfrentar e mitigar os riscos compartilhados.

Existem muitos obstáculos que impedem uma visão de um mundo onde todos tenham acesso a água e a instalações sanitárias. Essas obstruções vão desde os fracassados reguladores e a falta de aplicação das leis, de problemas de capacidade e recursos, de coordenações ineficientes no financiamento, até a carência de dados disponíveis e confiáveis sobre as bacias hidrográficas.

Estas questões apresentam desafios para as companhias que pretendem conservar autorização legal e social para funcionar. E também – o que é mais importante – criam crescentes dificuldades para os setores mais pobres do mundo.

Somente com a ampliação de seu enfoque e uma abordagem ativa dos problemas nas áreas de risco compartilhado, por meio de proposições cooperativas e integradas, as empresas poderão ter capacidade de dar, verdadeiramente, uma contribuição duradoura para enfrentar a crise mundial da água. Envolverde/IPS
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Duncan Wilbur é um dirigente da WaterAid, organização não governamental dedicada a conseguir acesso a água limpa e saneamento adequado (http://www.wateraid.org).

Este artigo é parte de uma série de artigos e entrevistas sobre a responsabilidade social e ambiental das empresas patrocinada por Anheuser-Busch InBev.
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Fonte:
http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=83689&edt=1
Alice Marcondes
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Colaboração:
Diniz Aleixo de Moraes
São Paulo-SP
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52 Água Limpa

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Água Limpa

22/03/2007
Mais de 1 bilhão de pessoas não têm acesso à agua limpa
Até 2025 dois terços da população mundial pode estar sofrendo com problemas ligados à escassez de água limpa

BBC Brasil

A falta de acesso à água limpa atinge mais de um bilhão de pessoas, de acordo com alerta feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira, o Dia Mundial da Água.

A organização alerta que esse número pode dobrar até 2025, quando dois terços da população mundial pode estar sofrendo com problemas ligados à escassez de água limpa.

Atualmente, 2,6 bilhões de pessoas – metade da população dos países em desenvolvimento – vivem em locais sem condições básicas de saneamento.

Os problemas relacionados à falta de acesso à água adequada matam mais de 1,6 milhões de pessoas todos os anos.

Segundo a OMS, 90% das mortes ocorrem entre crianças menores de cinco anos, principalmente em países mais pobres.

“Para cada criança que morre, inúmeras outras sofrem de problemas de saúde, produtividade reduzida e perda de oportunidades de educação”, disse a diretora-geral da OMS, Margareth Chan.

Doenças

A água contaminada pode causar doenças com febre tifóide, cólera, malária, dengue e febre hemorrágica.

Segundo Chan, muitas das doenças e mortes poderiam ser prevenidas com o uso de conhecimentos e tecnologias básicas que já existem há anos.

“A melhoria da administração ambiental pode tornar mais difícil a sobrevivência e reprodução de transmissores de doenças, como mosquitos”, disse. “A água é um assunto de todos. Nós deveríamos aprender uns com os outros.”

A OMS alerta também que as mudanças climáticas podem piorar ainda mais a situação, ao aumentar os períodos de seca, alterar os padrões de chuva e derreter parte das geleiras do planeta.

“No (hemisfério) norte, a quantidade de chuva está aumentando, enquanto no sul os períodos de seca estão ficando mais longos”, disse a OMS.

“Conflitos relacionados à água podem surgir em áreas atingidas entre a comunidade local e também entre países, porque dividir um recurso essencial e limitado é extremamente difícil.”

Fonte: BBC Brasil
Redação Bonde
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Fonte:
http://www.bonde.com.br/bondenews/bondenewsd.php?id=455&dt=20070322
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