As mãos
Naquela manhã o jovem professor chegou à escola um tanto cabisbaixo.
Problemas se somavam e pesavam sobre sua sensibilidade de jovem idealista.
Estava difícil suportar. Foi então que, durante uma reunião de trabalho ele não pode controlar as lágrimas que lhe escorreram pelo rosto, em abundância.
Uma amiga, que o observava, em silêncio, estendeu as mãos e segurou as dele, num gesto de ternura.
Foi uma atitude simples, mas significou muito para aquele jovem, pois ele sabia que a amiga tinha uma vida super atarefada; muitas atividades e preocupações, filhos, marido, empresa, mas, mesmo assim, tinha tempo para dedicar ao amigo, para estender-lhe as mãos.
Aquele gesto simples levou o jovem a escrever sobre a importância das mãos. O texto diz mais ou menos assim:
As mãos podem muitas coisas: oferecer apoio no momento certo, estender-se para consolar, segurar firme para amparar.
Mas o que mais podem as mãos?
As mãos saúdam, as mãos sinalizam. As mãos envolvem, dão carinho.
As mãos estabelecem limites. Escrevem. Abençoam.
As mãos desenham no ar o “adeus”, o “até logo”.
As mãos agasalham. Curam feridas.
Para o mudo a mão é o verbo. Para o idoso é a segurança.
Para o irascível a mão erguida é ameaça. Para o pedinte a mão estendida é súplica.
Para quem ama, a mão silenciosa, que acolhe a do ser amado, é felicidade.
Para quem chora, a mão alheia é conforto.
Há mãos que agarram, perturbadas. Há mãos que tocam, suaves. Há mãos que ferem. Há mãos que acariciam. Há mãos que amaldiçoam.
Há mãos que abençoam. Há mãos que destroem. Há mãos que edificam, trabalham, realizam.
Há pessoas que transmitem energias, através da imposição de mãos, entregando-se a essa tarefa tão bela de amor.
Nossas mãos podem exteriorizar o amor, construindo templos, hospitais e escolas; fabricando vacinas e equipamentos médicos; alimentando famintos, medicando enfermos…
Podem concretizar a paz social assinando tratados de armistício, escrevendo livros, guiando carros, pilotando aviões, varrendo ruas, tocando instrumentos musicais, pintando telas, esculpindo, construindo móveis, prestando serviços…
Podem manifestar fraternidade, ao lembrarmos da essencialidade do humano, da sensibilidade, da empatia, estendendo-as a um irmão que, num dia difícil, põe-se a chorar.
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Suas mãos são abençoadas ferramentas para construção de um mundo melhor.
Use-as sempre para edificar, elevar, dignificar, apoiar, acenar com a esperança de melhores dias…
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Colaboração: Ubirajara Idoeta Cará – São Paulo-SP – Brasil
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