Espermatozoides

*

08/07/2009 – 01h11

Cientistas afirmam ter criado espermatozoides em laboratório

Uma equipe de cientistas de Newcastle, na Inglaterra, anunciou ter criado espermatozoides em laboratório pela primeira vez no mundo.

Os pesquisadores acreditam que, eventualmente, seu trabalho poderia ajudar homens com problemas de fertilidade.

Outros especialistas, no entanto, não se convenceram com os resultados.

Em um artigo publicado pela revista especializada Stem Cells and Development, a equipe de Newcastle diz que seriam necessários pelo menos mais cinco anos até que a técnica seja aperfeiçoada.

Células tronco

Os cientistas começaram a pesquisa com linhagens de células tronco derivadas de embriões humanos doados após tratamentos de fertilização artificial.

As células tronco foram removidas dos embriões masculinos com poucos dias de vida e armazenadas em tanques de nitrogênio líquido.

As células tronco então foram trazidas à temperatura do corpo e colocadas em uma mistura química que estimulou seu crescimento. Elas foram “rotuladas” com um marcador genético para que os cientistas pudessem identificar e separar aquelas que dão origem a óvulos e espermatozoides.

As células tronco masculinas passaram pelo processo de meiose, dividindo pela metade seu número de cromossomos. As células sexuais (óvulos e espermatozoides) tem apenas 23 cromossomos, enquanto todas as outras células do corpo têm 23 pares de cromossomos, num total de 46.
O processo de criar e desenvolver os espermatozoides durou de quatro a seis semanas.

Entendendo os espermatozoides
Os cientistas da Universidade de Newcastle afirmam que os espermatozoides criados no processo alcançaram maturidade e mobilidade, e produziram um vídeo documentando os resultados.

O professor Karim Nayernia, da Universidade de Newcastle e do NorthEast England Stem Cell Institute disse que “este é um avanço importante, já que vai permitir aos pesquisadores estudar em detalhes como os espermatozoides se formam e levar a uma melhor compreensão sobre a infertilidade entre os homens â?” por que ocorre e o que a causaria”.

“Esta compreensão poderia nos ajudar a desenvolver novas formas de ajudar casais que sofrem de infertilidade para que possam ter um filho que seja geneticamente deles.”

“Isto também permitiria aos cientistas estudar como as células envolvidas na reprodução são afetadas por toxinas, por exemplo, ou por que meninos jovens com leucemia que passam por quimioterapia podem ficar inférteis para o resto da vida â?” e possivelmente levar a uma solução.”
Mas o biólogo Allan Pacey, especialista em espermatozóides da Universidade de Sheffield, disse que não estava convencido de que os espermatozoides tenham se desenvolvido totalmente.

“A qualidade das imagens não tem resolução suficientemente alta e eu precisaria de mais dados. Eles são espermatozoides jovens, mas seriam necessários testes funcionais para saber exatamente o que foi alcançado.”
Os espermatozoides produzidos em laboratório não podem ser usados em tratamento de infertilidade, já que isso é proibido pelas leis britânicas. Os cientistas de Newcastle afirmam que são necessários pelo menos mais cinco anos para que a técnica seja aperfeiçoada.
A pesquisa também levantou algumas questões éticas. Josephine Quintavalle, do grupo Comment on Reproductive Ethics (Corethics), afirmou que “este é um exemplo de loucura imoral. Embriões humanos perfeitamente viáveis foram destruídos para a criação de espermatozoides sobre os quais haverá grandes questões sobre sua saúde e viabilidade”.

“É tirar uma vida em ordem para, talvez, criar outra. Sou muito a favor de curar a infertilidade, mas não acho que você possa fazer o que quiser.”
*
Fonte:
http://noticias.uol.com.br/bbc/2009/07/08/ult2282u1714.jhtm
*

54 Células-tronco

*

Células-tronco

Medicina
Domingo, 22 de abril de 2007, 14h51 Atualizada às 16h27
Lixo hospitalar é usado no estudo de células-tronco
Fabrício Escandiuzzi
Direto de Florianópolis

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está aproveitando material que seria destinado ao lixo hospitalar para avançar em pesquisas do campo das células-tronco.
Lixo em muitas maternidades brasileiras, os cordões umbilicais e as placentas estão sendo utilizadas por pesquisadores do Laboratório de Neurobiologia e Hematologia da universidade. A equipe usa material dos partos realizados no Hospital Universitário de Florianópolis e uma das grandes vantagens é que esses tecidos não acarretam problemas éticos e religiosos, como no caso das células-tronco embrionárias.

A pesquisa estuda a transformação de dois tipos específicos de células: as hematopoéticas e as mesenquimais. As hematopoéticas estão ligadas ao sangue e servem, por exemplo, para o tratamento de leucemias. Já as mesenquimais são capazes de gerar tecido cardíaco e neural. Esse material tem a capacidade de se transformar em diferentes tecidos e sobre elas estão depositadas esperanças para melhoria do tratamento do câncer, doenças cardíacas e neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer.

O uso de material gerado através do sangue do cordão umbilical já é realizado há algum tempo. O grande problema é que o material obtido é considerado insuficiente para utilização em adultos. “O maior potencial está na terapia em crianças por estarem em estágio primário de desenvolvimento, por terem mais chances de serem bem aceitas pelo receptor em transplantes”, diz professor Márcio Alvarez Silva, coordenador do projeto.

Ele explica que os pesquisadores se questionaram de onde viriam as células do cordão umbilical e chegaram à placenta. “Nos perguntamos de onde viria esse material e chegamos à placenta. Era o lógico, estava diante dos nossos olhos há muito tempo”, conta. “Ali encontramos as células e começamos a encarar a placenta como material de possibilidades clínicas muito interessantes”.

Os pesquisadores agora estão estudando as células geradas pela placenta in vitro e em testes em animais e ovos de aves. As células-tronco de cordão umbilical e da placenta são injetadas nos vasos sanguíneos dos ovos e eles observam sua capacidade de reconhecer pontos específicos.

Os estudos com células-tronco mesenquimais usando ovos de aves são pioneiros no Brasil e o grande desafio, segundo Alvarez, é a célula reconhecer o local para onde deve agir. Márcio diz ser muito interessante encontrar num material que era destinado ao lixo hospitalar, a esperança para diversos problemas clínicos.

“Era um material descartado que pode ser usado em tratamento de doenças e regeneração de tecidos”, afirma, acrescentando que vários outros estudos estão sendo realizados. “Iremos acompanhar o desenvolvimento dessas células para que ela seja tratada como medicamento de fato”.

O custo de um enxerto ou transplante de medula óssea gira em torno de R$ 70 mil. O sistema de produção de células e a sua amplificação in vitro custam aproximadamente R$ 2 mil, segundo o professor Márcio. “É uma economia imensa para o Ministério da Saúde”.

Redação Terra
*
Fonte:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1564967-EI8148,00.html
*
*
Colaboração: Mário Leal Filho – São Paulo-SP – Brasil
*
*
***