As vantagens da reconciliação
DOMÉRIO DE OLIVEIRA
de São Paulo, SP
As palavras reconciliação e conciliação prendem-se ao mesmo étimo, ambas como substantivos femininos, significam “estabelecer a paz entre duas pessoas” ou “tornar amigas pessoas que se malquistaram”. O tema em epígrafe pode levar-nos a dupla hermenêutica, a saber: na esfera jurídica, devemos louvar o artigo 448 do Código de Processo Civil, que cautelosamente, aconselha os litigantes à conciliação previa. Diz, claramente, aludido artigo 448 do C.P.C.: “antes de iniciar a instrução, o Juiz tentará reconciliar as partes, chegando a acordo, o Juiz mandará tomá-lo por termo”.
Também é do nosso conhecimento, o Plano de Conciliação, que já está vigorando no nosso Tribunal da Justiça de São Paulo. Aludido Plano foi regulamentado pelo Provimento 783/02 e já foram nomeados 55 Conciliadores entre servidores Judiciários aposentados, Professores e Advogados com mais de 20 anos de profissão. O trabalho dos Conciliadores é de caráter gratuito. Podemos dizer que a “Conciliação” é um meio de solução de litígios de forma amigável, mediante acordo submetido à homologação do Presidente do Tribunal. O objetivo é de diminuir a morosidade da justiça e estabelecer a paz entre os litigantes. O Conciliador ajuda as partes a encontrar uma solução pacifica. Aludida Conciliação é confidencial, nada do que é discutido fica registrado, apenas fica consignado o acordo para a devida homologação. As sessões de conciliação podem tratar de interesses relativos às locações, aos condomínios, às pensões alimentícias, às investigações de paternidade, ás cobranças, enfim, aos mais diversos ramos do direito. Diz o aludido Provimento que qualquer projeto que esteja aguardando distribuição, no T. J. de São Paulo, pode ser objeto de conciliação, desde que as partes requeiram aludido beneficio. Medida notável e digna de louvor que procura solucionar os seus problemas e espargir a paz e a Concórdia nos corações.
Até aqui, falamos como advogado; doravante vamos falar como Espírita, vejamos: no Evangelho Segundo o Espiritismo, encontramos no capitulo X, n.º 5, a Sublime Mensagem do Nosso Mestre Jesus: “Concerta-te, sem demora, com o teu adversário, enquanto estás postos a caminho com ele”. (Mateus – V – 25:26).
Nosso Mestre Jesus recomendou-nos a “RECONCILIAÇÃO COM OS NOSSOS INIMIGOS”.
Tão importante à recomendação do Mestre, que o nosso Kardec a estampou, com evidência, no seu livro notável, o Evangelho Segundo o Espiritismo. Assim sendo, só podemos lucrar com a reconciliação. Do ponto de vista material, por certo, aplainamos os nossos caminhos; evitaremos inimizades; exterminaremos morosos processos. Do ponto de vista espiritual, evitaremos ferrenhas inimizades que, às vezes podem transcender as campas solitárias. E, sabemos que os nossos inimigos desencarnados são mais perigosos que os encarnados. Nossos inimigos desencarnados poderão nos levar a sombrios calabouços das obsessões. Por isso mesmo, temos que tomar cuidado. Não devemos perder a oportunidade para a reconciliação. Através da reconciliação, caminharemos mais tranqüilos e mais felizes. A reconciliação é a porta divina que se abre, possibilitando-nos o ingresso na sublime esfera da paz. Deixemos o nosso orgulho de lado, sejamos humildes, procuremos estender as nossas mãos aos nossos desafetos. Se eles nos corresponderem, muito bem, nota dez. Caso recusem a nos estender as mãos, caminharemos assim, com as nossas consciências tranqüilas. Gravemos em nossas mentes a lição do nosso Mestre Kardec:
“Quando Jesus recomendou a reconciliação o mais depressa possível com os nossos adversários, não é apenas com o fito de apaziguar discórdias durante a existência atual, mas ainda com o propósito de evitar que se perpetuem em existências futuras”.
Fonte: Verdade e Luz
– edição nº 218
– Março de 2004
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Fonte:
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