Individualidade Humana

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Individualidade Humana

A individualidade humana tem intrigado filósofos e cientistas desde longa data!

Somos todos diferentes uns dos outros e essa individualidade acontece até mesmo entre gêmeos idênticos. Para estes últimos, somente seus genomas são iguais, mas suas personalidades e comportamentos são distintos, mesmo quando os irmãos são criados juntos e recebem a mesma educação e os mesmos estímulos do meio ambiente.

Chamou muita atenção dos cientistas ligados ao estudo do comportamento, o caso das irmãs siamesas Laleh e Ladan, que nasceram e viveram no Irã, ligadas pela cabeça, até morrerem em 2003, aos 29 anos, durante uma cirurgia que visava separá-las. Elas conheciam todos os riscos da cirurgia, mas sonhavam em viver separadas, seguindo rumos compatíveis com suas personalidades: Laleh, que era mais extrovertida e meiga, queria se mudar para a capital do país e se tornar jornalista; Ladan, que era mais introvertida e séria, desejava permanecer em sua cidade natal e se tornar advogada.

Desde 26 de junho de 2000, quando o genoma humano foi decifrado, os pesquisadores se encheram de otimismo porque acreditavam que o avanço nas pesquisas poderia trazer respostas sobre a origem de muitas doenças e sobre as diferenças mais marcantes que distinguem os indivíduos, tais como o grau de inteligência, as aptidões e a personalidade.

O genoma humano é o código genético humano, ou seja, é o conjunto dos genes humanos. Este código genético está presente em cada uma de nossas células e contém toda a informação para a construção e funcionamento do nosso organismo. A macromolécula de aminoácidos que contém todas essas informações é conhecida no meio científico por DNA (ácido desoxirribonucléico).

O que as pesquisas mais recentes descobriram é que o nosso DNA pode possibilitar e favorecer determinados tipos de comportamentos, mas não pode determinar esses comportamentos!

Segundo André Ramos, diretor do Laboratório de Genética do Comportamento da Universidade Federal de Santa Catarina, “a genética não é um destino, não determina o que você vai ser. Ela oferece predisposições. Todos estão sujeitos a influências ambientais que podem, sim, mudar a expressão dos genes e fazer com que eles simplesmente não se manifestem” (1).

As constatações científicas vêm confirmar o que a Doutrina Espírita tem nos ensinado há 150 anos! O corpo físico é apenas o nosso instrumento de manifestação enquanto encarnados. É matéria e a matéria não pensa, não tem vontade própria, não desenvolve aptidões, nem é capaz de discernir o certo do errado, nem o bem do mal. Somos seres espirituais, indivíduos imortais, cujas personalidades, aptidões e predisposições são o resultado de experiências vivenciadas em incontáveis encarnações, que visam o desenvolvimento de nosso senso moral e de nossa inteligência até a perfeição.

O Espírito Hahnemann, em mensagem que se encontra no capítulo IX de O Evangelho Segundo o Espiritismo elucida-nos bem esta questão: “O corpo não dá impulsos de cólera a quem não os tem, como não dá outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. Sem isso, onde estariam o mérito e a responsabilidade?… Dizei, pois, que o homem só permanece vicioso porque o quer, mas que aquele que deseja corrigir-se sempre o pode fazer”.

O mesmo pensamento é válido para doenças como o diabetes, a hipertensão e alguns tipos de câncer, que possuem um caráter hereditário e, portanto, estão relacionadas à presença de determinados genes. Como esses genes não determinam, mas apenas predispõem o aparecimento dessas doenças, a mudança de hábitos e de comportamento, bem como a vontade sincera de tornar-se melhor espiritualmente a cada dia, podem atenuar ou anular a manifestação desses genes.

Fonte: Verdade e Luz, edição nº 267 – Abril de 2008
Federação Espírita do Estado de Mato Grosso – www.feemt.org.br
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Site:
http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=343826
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