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Preconceito religioso
Vou descartar as questões doutrinárias, os dogmas, as instituições religiosas… nesta abordagem.
Vou descartar as pressuposições científicas que refutam as crenças, refutam as questões de fé, fazendo-o através dos mecanismos da lógica, dos métodos científicos.
Há um preconceito religioso indesculpável; De fato, ele não é essencialmente religioso mas se opõe à religião à medida que esta ameaça a Ciência fora de seus domínios.
Muito provavelmente a religião blefou ou equivocou-se todas as vezes que invadiu este mesmo terrítório onde se reconhece que a ciência é inapta.
Este território é o da não-idéia, do impensável ou seja lá como queiram chamá-lo! Refiro-me ao que não pode ser provado, nem não-provado. A tudo o que foge de uma referência ou analogia, à derivação de uma outra idéia; O não-dito.
A Ciência torce o nariz afirmando que aúnica possibilidade de questionamento será uma “pergunta absurda”. A religião, por sua vez, inventa, delira, mas arrisca explicações que tornam-se suas doutrinas, sua fé… E por serem falhas, são atacadas pela Ciência, já que agora há algo, uma idéia, para ser testado.
Quem inventou Deus? Que é o infinito? E eterno? Não me dê uma resposta, mas sim o que eu preciso saber!
Se eu perguntar “O que falta o Homem criar?”, a resposta: “tudo o que não foi criado ainda”, é apenas uma resposta, mas não fornece o que eu preciso saber. Afinal, que é esse “tudo”? Oras, esse “tudo” não pode ser dito!
Enquanto a Ciência considera um valor menor à Metafísica, a Religião, pelo menos, a considera pertinente; Fundamental!
É sob essa liberdade que a Religião sofre preconceito dos analíticos, dos cientistas. Ante a impossibilidade destes últimos oferecerem qualquer constribuição, desaprovam, à priori, qualquer elaboração neste sentido.
Antes mesmo da Verdade, a Liberdade.
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Autor: Luciano Tykhé
Site: http://lucianotykhe.blogspot.com/
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