Nossa Primeira Viagem a Pirapitingui – Uma lição de Amor

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Nossa Primeira Viagem a Pirapitingui – Uma lição de Amor
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Vou procurar escrever um texto pequeno e simples porque não sou escritora nem conseguiria descrever senão uma mínima parcela do que vivenciamos nesta excursão.
O sucesso foi integral e tudo correu em paz, harmonia, e a felicidade era geral. A impressão era de que a organização efetiva não era a nossa, mas de que estávamos totalmente sob orientação e inspiração do alto.

Nossos corações estavam ligados aos corações dos nossos irmãos da espiritualidade. O ambiente desde a viagem era de gratidão e respeito, e uma ansiedade geral, pois afinal, tudo era novo e sabíamos de antemão, que não seria apenas um “passeio”, mas um grande trabalho espiritual estava organizado há tempos e, somente agora – 10 anos depois da existência do Centro Espírita Jésus Gonçalves – conseguíamos materializá-lo.

A expectativa era imensa da chegada, poucas conversas e manifestações discretas de alegria; no íntimo cada um dos integrantes entendia, intuitivamente, que aprenderíamos muito; estávamos todos sendo preparados para uma vivência especial.
Chegando a Pirapitingui, demos início a nossa peregrinação. Fomos conhecer o Centro Espírita fundado por Jésus Gonçalves, a casa onde ele viveu e passou seus últimos instantes, o cemitério onde ainda se encontram seus despojos, o Pavilhão “Jésus Gonçalves” – uma antiga e grande construção, já quase em ruínas, em homenagem a ele, e andávamos pelas ruas daquela “cidadela”, onde nosso querido amigo passou parte da sua vida, aprendendo com a dor da doença e expiando seu passado de enganos; mas principalmente amando seus semelhantes e distribuindo o bem e este amor imenso. Seu coração caridoso socorria a todos.

Jésus não viveu a doença como um castigo, ao contrário, fez dela o instrumento de que se utilizou para servir a Deus e ao próximo. Amou muito os seus companheiros de dor e mesmo ainda antes de se converter ao Espiritismo, já era muito amado e querido pelo bem que distribuía a todos e pela alegria e força moral que demonstrava. Fez da dor o degrau de elevação e aos que choravam levou alegria e esperança.

À tarde visitamos os Pavilhões das Enfermarias… Muita tristeza e dor. Marcas profundas no corpo, na pele, mas principalmente nos olhos e nos corações daqueles que sofrem o estigma desta doença.

Não muita coisa mudou desde a época em que Jesus Cristo curava os “leprosos” banidos do convívio social.

Hoje usamos outro nome, “hanseníase, temos outros recursos para aceitá-los em nosso meio, mas o estigma existe; são os “marcados pela lepra”, os filhos de Lázaro e há uma dor profunda em seus olhares.

Grande parte deles está mutilada pela doença, seus membros estão marcados e seus corações clamam por socorro.

Temem nossos abraços, envergonham-se da nossa chegada, tem medo, sentem- se humilhados e em alguns podemos sentir a revolta por não entenderem o processo da regeneração que o Espiritismo nos ensina.

A dor de quem os visita é enorme, a lição é inesquecível; com certeza levaremos para sempre conosco e por toda a eternidade. Mas sustenta-nos a fé e a compreensão, mesmo que imperfeita, da indiscutível justiça das Leis de Deus.

Nossa visita foi curta, tínhamos que cumprir os horários e eles, o doente eram tantos…

Algumas palavras de amor, muitos abraços, beijos carinhosos, passes aos que solicitavam… E muitos nos perguntavam: “vocês não tem medo?”.

Aquele abandono, aquela solidão, tristeza, mexia com as fibras mais íntimas do coração de todos os integrantes da Excursão. Nós lhes falamos com amor sobre paciência, fé e principalmente falamos de Jesus!

Esta foi uma das grandes lições que o Plano Espiritual responsável pela Casa do Caminho Centro Espírita JÉSUS GONÇALVES – reservou aos trabalhadores desta imensa equipe de encarnados e desencarnados que compõem a Fraternidade de Jésus Gonçalves.
Fomos num grupo de 27 pessoas, alguns muito jovens, preparando-se para o trabalho vindouro, outros em meia idade e mais velhos, aprimorando-se para abraçar com mais coragem o que nossos irmãos desta Fraternidade de Amor nos reservam, como prêmio nesta reencarnação. Nosso Trabalho apenas inicia.

Um belo socorro de resgate e atendimento aos desencarnados que ainda se encontram sob a impressão da “lepra”, foi realizado, quando em vários momentos o grupo se reuniu em prece, cantou e orou a JESUS por todos.

Muita emoção, amor, muitas lágrimas, mas também grande felicidade pela concessão que recebemos.

A Deus nosso PAI, a Jesus o MESTRE, e a nosso amado JÉSUS GONÇALVES e toda a equipe de Espíritos amigos que nos acompanharam, neste aprendizado de amor, agradecemos eternamente.

Se algo podemos pedir nesta hora, fazemos com o coração, implorando que JESUS nos conceda cada vez mais a possibilidade de continuar dando a humilde contribuição a este nosso companheiro de tanto tempo e oferecendo a ele o nosso preito de amor.
Quando emprestamos as palavras de Emmanuel para dizer “Servir é a honra que nos compete”; o fazemos com a alma profundamente agradecida; reconhecendo a alegria de Servir em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Muita Paz a Todos!

As bênçãos de Jesus Cristo a todos os voluntários da Casa do Caminho – Centro Espírita Jésus Gonçalves; que cada vez mais se fortaleçam no amor ao próximo e na vivência do Evangelho; única esperança para a transformação da Terra.

Texto escrito por
Mariângela de Castro – Presidente da Casa do Caminho – Centro Espírita Jésus Gonçalves. Pindamonhangaba, 04 de agosto de 2013
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