Morcego
Morcegos usam compasso magnético para vôos longos
PARIS, 6 dez (AFP) – Cientistas acreditam que uma espécie de morcego possua um compasso magnético destinado a encontrar o caminho de casa em vôos de longa distância, além do famoso “radar”, de guia pela vizinhança.
Especialistas da Universidade de Princeton usaram radiotelemetria a bordo de uma pequena aeronave para rastrear indivíduos da espécie Eptesicus fuscus, liberados 20 km ao norte de sua casa.
Inicialmente, eles testaram um grupo de morcegos que se dirigiam ao sul com destino a seu abrigo sem qualquer problema.
Em seguida, outros dois grupos de morcegos foram expostos a um falso campo magnético por 90 minutos, 45 minutos antes e 45 minutos depois do pôr-do-sol.
Um dos campos estava a 90 graus no sentido horário e o outro, a 90 graus no sentido anti-horário com relação ao norte magnético.
O objetivo foi verificar se os morcegos usavam o campo magnético da Terra como guia e, em caso afirmativo, se usavam o pôr-do-sol ou as estrelas como uma orientação adicional.
O grupo do “sentido horário” voou para o leste, enquanto o “anti-horário” foi para o oeste, sugerindo que estes animais usaram um compasso magnético que pode ter sido calibrado pelo pôr-do-sol.
No entanto, alguns morcegos corrigiram seu curso e chegaram em segurança em casa, demonstrando que, assim como os pombos-correio, eles têm capacidade de fazer adaptação quando ocorre um problema de navegação.
O estudo será publicado na edição desta quinta-feira do semanário científico britânico Nature.
Enquanto isso, outro estudo, também publicado na Nature, lança luz sobre uma notável espécie de morcegos cuja língua é uma vez e meia mais longa do que o corpo.
O morcego Anoura fistulata vive em matas tropicais dos Andes Equatoriais, alimentando-se de flores, cujo néctar fica escondido na extremidade de seus longos funis.
Além de depender destas plantas para a sobrevivência, os morcegos também as polinizam, um exemplo de evolução convergente em que dois organismos não-relacionados desenvolvem de forma independente peculiaridades similares.
Fonte: UOL Bichos – 06/12/2006
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