Nobre Alcorão

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Nobre Alcorão

Pastor que queimou Alcorão não se sente responsável por ataque à ONU

O pastor americano que queimou um exemplar do Alcorão no mês passado assegurou nesta sexta-feira que não sente responsabilidade alguma pelo ataque de manifestantes ao escritório da ONU no Afeganistão.

“Ficamos aflitos com esta notícia”, declarou à AFP o pastor integrista Terry Jones, consultado sobre o ataque ao escritório das Nações Unidas em Mazar-i-Sharif (norte do Afeganistão) que deixou 12 mortos nesta sexta-feira, incluindo sete funcionários da ONU.

“Não nos sentimos responsáveis”, acrescentou o pastor evangélico, acusando “os elementos radicais do Islã de procurar uma desculpa para justificar sua violência”. “Chegou o momento de pôr fim à violência que existe em países muçulmanos como Paquistão e Afeganistão”, disse.

No dia 20 de março, o pastor, que comanda um pequeno grupo cristão chamado “Dove World Outreach Center”, em Gainesville (sudeste dos Estados Unidos), incendiou um exemplar do Alcorão ao final de um “julgamento” do livro sagrado dos muçulmanos.

O pastor já tinha suscitado polêmica no mundo em setembro de 2010 quando ameaçou incendiar o Alcorão, mas desistiu após diversas advertências feitas por chefes de Estado, incluindo o papa Bento XVI.

Os manifestantes, que atacaram a ONU no Afeganistão, fizeram uma declaração exigindo que o governo afegão “corte qualquer ligação diplomática com os Estados Unidos se o pastor que queimou o Alcorão não for julgado”.
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Fonte:
http://migre.me/4ajfY
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Kombi

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Reflexão para a paz

Ed René Kivitz, cristão, pastor evangélico.

Os meninos da Vila pisaram na bola, mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles.

O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso, cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica na superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.

A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e de cada uma das tradições de fé.

Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra a prática do homossexualismo, ou mesmo, se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião.

Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião.

Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.

O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância.

A religião coloca de um lado os adoradores de Alá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai. E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir, enquanto outros, e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio, através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.

Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas.

E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz.

Os valores espirituais agregam pessoas, aproximam os diferentes, fazem com que os discordantes no mundo das crenças se dêem as mãos, no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.

Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus.

Quando você vive no mundo da espiritualidade, que a sua religião ensina – ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e a miséria de uma paralisia mental.
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Colaboração:
Maria Christina Camargo Leal
Pindamonhangaba-SP
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Publicado em: SinapsesLinks
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