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Laurindo Galante
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Um Galante Professor-Escultor
Nascido no Parque D. Pedro II, no bairro do Brás, em 1905, sexto filho de um casal de imigrantes italianos, o menino Laurindo Galante fez o curso primário na Escola Romão Puigari, na avenida Rangel Pestana, onde teve as primeiras aulas de modelagem em argila. Já aos dez anos demonstrou pendor artístico, quando desenhou de memória um elefante que vira em um desfile de circo. Com certeza também foi influenciado pelas obras e trabalhos dos mestres construtores e escultores do Liceu de Artes e Ofícios, pois a obra destes mestres estava presente em toda São Paulo.
As feições provincianas da cidade, da taipa de pilão e telhado de duas águas, davam lugar aos edifícios de arquitetura eclética, com uma profusão de adornos e enfeites. Nos anos 20, estudou desenho, pintura e escultura na antiga Escola Profissional Masculina de São Paulo, que ficava na rua Miller, aprendendo com os mestres José Barchita e Campos Ayres (pintura), sendo especialmente influenciado pelo escultor sueco Ferdinando Frick. Mais tarde fez o curso de desenho de ornatos com o professor Em 1925 foi convidado a trabalhar como auxiliar do mestre Ferdinando Frick, nas obras escultóricas da Catedral da Sé.
Neste período, seus principais trabalhos estavam geralmente ligados a motivos religiosos, fosse nos monumentos em homenagem a D. Nery (bispo de Campinas), em 1922, e de Santo Antonio do Pari, em 1932, nos trabalhos do Convento da Ordem 3a do Carmo de São Paulo, entre 1930 e 32, e nos principais cemitérios de São Paulo, onde tem várias obras suas. Também sucedeu o antigo mestre Frick na cadeira de escultura, mediante concurso público, tendo sido por longos anos professor da Escola Profissional Masculina, onde havia se formado, posteriormente chamada de Escola Técnica Getúlio Vargas, então localizada na rua Piratininga, no mesmo bairro do Brás.
Seu estilo impressionista, que em alguns momentos lembra Auguste Rodin, busca exaltar os sentimentos humanos em corpos perfeitos. Suas esculturas eram modeladas, as obras maiores em barro e as menores em plastelina, massa criada e feita por ele mesmo. Posteriormente fundia estes modelos em gesso ou cimento, ou encomendava sua fundição em bronze, ou ainda eram passadas para mármore ou pedra.
A partir de 1940 participa de vários Salões de Belas Artes, conseguindo no Salão Paulista de 1953, com a escultura “Os Imigrantes”, a Pequena Medalha de Ouro e, em 1962, a Grande Medalha de Ouro, com a obra “Prostração”. Além destes prêmios faz sucesso em outras exposições nas cidades de Santos, Bauru, Santo André e São Paulo.
Laurindo Galante é autor de esculturas monumentais, que se encontram em diversas igrejas, edifícios e locais públicos, espalhadas pelo país e no exterior como: a obra em bronze, intitulada “o Carajá”, adquirida pelo governo do Estado e que se encontra na Assembléia Legislativa; o busto de Fernando Costa, no Salão Vermelho da antiga sede do Governo, Palácio dos Campos Elíseos, hoje Palácio dos Bandeirantes, e no próprio Parque Fenando Costa, na Água Branca; o busto de Almeida Júnior, na galeria Prestes Maia na Praça do Patriarca; o de Rui Barbosa em Itapevi e no Chile, bem como o painel em alto relevo do Banco Paulista de Desconto, com 17 metros de extensão, representando a história de São Paulo, outro enorme painel e estátua no Clube Libanês de São Paulo; no alto relevo sobre D. Bosco, no Colégio Salesiano, na cidade de Americana; no Cristo de 7m em bronze, no bosque em Ribeirão Preto; na estátua em tamanho natural do bispo de Ribeirão Preto, localizada na praça da Catedral da mesma cidade; na estátua de D. Bosco, na igreja N. S. Auxiliadora, em SP; no batistério da Igreja Santo Antônio do Pari; no busto do Gal. Miguel Costa, no Regimento de Cavalaria da Policia Militar; no busto do Getúlio Vargas, inaugurado pelo próprio Presidente e que se encontra hoje na escola de mesmo nome, no bairro do Ipiranga; na cópia de “O Pensador”, que se encontra nos cemitérios São Paulo, Quarta Parada e da Saudade, em Franca; o busto de Morvan Figueiredo, na Escola SENAI da rua Oratório, em SP; várias de suas estátuas de D. Bosco foram enviadas para a Itália; e muitas outras decorrentes de mais de 50 anos de intenso e produtivo trabalho.
Destacou-se também na pintura e desenho. Seus desenhos a carvão, crayon ou bico de pena são muito expressivos, principalmente pelo tratamento do sombreado. Dominava magistralmente as técnicas: óleo, aquarela e giz pastel. Foi um artista no exato significado da palavra, pois amava o belo e a natureza, notadamente as plantas e os animais, sendo de convicção de que Deus usa a natureza Laurindo Galante tinha como passatempo a matemática, sendo que se divertia em fazer projeções para o futuro.
Foi um mestre por excelência, não apenas ensinando técnicas artísticas, mas também transmitindo seus valores morais e éticos. Faleceu em 1970, com 64 anos, em São Paulo, deixando valoroso acervo artístico e humanístico.Autor: Douglas Galante – neto
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Fraternalmente,
Leal – aprendiz em todas as instâncias da Vida
Encarnado há 27.610 dias.
Eu TE Agradeço Deus Pai!
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