Contato entre planos

Como fazer contato com quem partiu?

“Estou procurando um centro espírita kardecista para pedir uma mensagem psicografada do meu filho, morto aos 25 anos. Os vivos conseguem contatar os desencarnados quando bem entendem?” Sueli Alves, Rio de Janeiro, RJ

“Meu filho foi assassinado há cinco anos. Sonhei com ele apenas duas vezes. Por mais que peça, nunca mais nos reencontramos em sonhos. Por quê?” Vera Campos, Porto Alegre, RS

O contato com os espíritos acontece de lá para cá. Ou seja, não conseguimos nos comunicar com eles quando queremos, mas, sim, quando eles desejam ou têm condições.

Para compreender melhor essa questão, é preciso saber que há espíritos indisciplinados, que se recusam a ir para uma dimensão onde terão de obedecer regras. Assim, permanecem na Terra, mantendo as atitudes e sensações de quando estavam aqui, intervindo na vida das pessoas – nem sempre de forma positiva! Depois, abatidos pela desilusão, rendem-se e concordam com as condições para receberem auxílio dos espíritos iluminados. São, então, levados para colônias astrais, nas quais logo reequilibram as energias e reencontram parentes e amigos de outras vidas. Atenção: nessas colônias, nem todos conseguem lembrar das encarnações anteriores; precisam, para isso, se tornar mais lúcidos e equilibrados.

A maioria dos espíritos deseja comunicar-se com quem ficou para contar que continua viva. Querem mandar mensagens para os parentes. Porém, para fazê-lo, necessitam de permissão. Afinal, para os recém-desencarnados, a energia do mundo ainda tem um poder de atração muito forte. O prazer da comida e dos hábitos rotineiros de muitos anos e a vontade de monitorar os problemas familiares pode pôr em perigo o equilíbrio espiritual conquistado até então, fazendo com que se recusem a voltar depois de uma visita à família. Especialmente se os parentes estiverem cheios de problemas, chorando muito a perda, brigando pelos bens, com ciúme uns dos outros e por aí vai…

Não, não é fácil para um recém-desencarnado entrar em contato com os que ficaram. Se ele sofreu muito antes de ir, passado por uma longa e dolorosa doença, não terá sequer condições físicas de se comunicar! Pois as impressões dos sofrimentos ficam ativas e enfraquecem o corpo astral – que requer até a estada em um hospital astral para se recuperar.

Já quem morre assassinado ou deixa o mundo de maneira violenta, passa por um processo difícil, cujo bom desenvolvimento depende de como ele aceita a nova situação. Há os que se revoltam, perseguem o assassino, não aceitam ajuda. Já quem se conforma e aceita o auxílio sofre menos. Se for um espírito mais lúcido, entenderá que passou por essa experiência para aprender determinada lição, amadurecer. Saberá que a vida se encarrega de ensinar ao assassino que a violência somente agrava o problema.

É válido, Sueli, você procurar receber uma mensagem do seu filho. Mas tenha paciência se demorar. E, se acontecer, busque particularidades que confirmem tratar-se mesmo do seu filho.

Vera, como estava seu filho nos sonhos? Bem ou triste, abatido e inconformado? No primeiro caso, pode estar se dedicando a algum estudo ou trabalho. Nos outros, deve estar em tratamento de recuperação, ainda sem permissão para vê-la.

No fundo, não importa: saber que estão vivos e que um dia os verão de novo deve bastar para lhes trazer alegria e paz.

Autor: Zibia Gasparetto
Data publicação: 13:50:00 16/10/2008
Fonte:
http://mdemulher.abril.com.br/vivamais/edicoes/472/zibiagasparetto/vivamaismateria_391814.shtml
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