Cirurgia Espiritual

O Caso de Pindamonhangaba

O espírito de um médico desencarnado em Bauru há cerca de vinte anos, completamente materializado, realizou na mais absoluta obscuridade uma operação cirúrgica de apendicite, com toda a técnica médico cirúrgica, sem anestesia, sem instrumentos cirúrgicos visíveis e sem esterilização.

A intervenção no paciente, que sofria de apendicite crônica, constatada anteriormente pela radiografia de seu apêndice infeccionado, foi realizada sob rigoroso controle de três médicos insuspeitos e fiscalizada pelo próprio delegado de policia local. O apêndice, extraído pelo espírito do médico operador, foi encerrado num vidro, com álcool, encontrado junto à cama do operado.

O exame radiológico praticado no paciente sete dias após a operação, pelo Doutor Ortiz Patto, de Taubaté, revelou a ausência daquele órgão, evidenciando que André di Bernardi tinha sido de fato operado.

Este fato mediúnico provocou, como não poderia deixar de provocar, assombro no meio profano e inaugurou, no dizer do doutor Lessa, médico presente à operação, a “Era das operações cirúrgicas no escuro sem as banalidades das assepsias”.

Os antecedentes do fato

Foi na sessão de 16 de dezembro de 1944 que o espírito guia do padre Zabeu Kauffman, em voz direta (penumatofonia) cientificou aos componentes do Centro Irmã Terezinha, de Pindamonhangaba, que aí seria muito breve procedida uma operação cirúrgico espiritual na pessoa do nosso irmão André Di Bernardi, sendo, no entanto, necessário que o Dr. F. Lessa Jr. providenciasse antes a colocação no recinto destinado à intervenção, os objetos usuais e indispensáveis nestes trabalhos, inclusive um vidro com álcool destinado aos resíduos operacionais.

Adiantou o espírito comunicante que o operador seria o espírito materializado do Dr. Luiz Gomes do Amaral, devendo ser o paciente previdentemente examinado por médicos. Obtidas chapas radiográficas antes e depois da operação, enfim documentos comprobatórios do acontecimento e que lhe sirvam a todo tempo de prova concludente e insofismável.

Por vontade de Dr. Luiz Gomes, o espírito operador, foi feito um convite ao seu filho terreno, Dr. Edson do Amaral, para determinar o dia da intervenção cirúrgica a qual teria que assistir. Ciente o Dr. Edson, que foi o único médico desta capital presente à sessão de Pindamonhangaba. Esse conceituado médico operador aceitando o convite, designou o dia 6 de janeiro findo para o ato operatório e assim se manifestou à imprensa relatando os motivos pelos quais resolvera comparecer ao ato da operação realizada em Pinda, confessando ao mesmo tempo o inteiro sucesso dessa sensacional intervenção cirúrgica:

— “É interessante a maneira como resolvi assistir a operação realizada em Pindamonhangaba”.

“Disseram-me que meu pai fora médico da Leopoldina e que havia morrido em Bauru, precisando exatamente a data do seu passamento 06/10/1926. Diante disso, e atendendo a insistentes convites com o único objetivo de estudos, fui a Pinda. Preferi ficar em casa de um dos médiuns e não permiti que um conversasse com o outro.

“No ato da operação, realizada numa sala exígua, examinei tudo com muita atenção e mandei até pregar as taboas de uma janela existente. Amarrei o paciente André di Bernardi. O espírito mandou por um vidro de álcool, no qual, finda a operação, com surpresa geral, apareceu um apêndice… Fiquei na porta de mãos dadas com os dois médiuns, sendo a intervenção cirúrgica realizada em absoluta escuridão.

“É impressionante o fato de que, na sala não existia nenhum instrumento de cirurgia. O paciente, que estava sem qualquer corte na barriga, finda a operação, apresentava uma ferida no abdômen, como puderam constatar todos os presentes. Não foi usado avental e nem luvas.

“Contudo, ainda continuo não acreditando nisto. É bem verdade que o apêndice do paciente foi extraído na mais completa escuridão, operação única, penso, realizada no mundo. Vou esperar passar mais uns dez dias, para novas observações, e se a radiografia constatar a inexistência do apêndice, então, não sei que juízo farei do assunto“.

Prossigamos, porém, na nossa narrativa dos antecedentes do extraordinário fato. Mais uma vez, no entanto, fica patente que o Dr. Edson do Amaral, que é um provecto cirurgião de São Paulo, não acredita em trabalhos desta ordem, realizados por espíritos.
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Vide texto completo: http://br.geocities.com/existem_espiritos/pindamonhangaba
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Texto completo disponível no formato PDF = 20081109WPD_Cirurgia em Pinda.pdf
Leal
ep-leal@uol.com.br
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