Mergulhando no Amor!

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Amor!

A caótica natureza do amor, do desejo e da paixão

Por Vange Leonel

Você que já amou, se machucou e se fechou; você que quis amar sem se importar com o futuro e se jogou; você que tateou no escuro para encontrar um amor e se surpreendeu; você que sentiu dor, mas por sorte abriu o peito e se descobriu forte; me responda: existe receita pronta para o amor?

As pessoas que mergulham de cabeça nos relacionamentos amorosos são corajosas ou apenas imprudentes? Não sei. Já mergulhei de cabeça e me dei bem, mas outras vezes quase me afoguei em corações rasos. No fundo, cada caso é um caso.

Há aquelas que, por paúra, colocam o pezinho na água, medem a temperatura antes de se jogar e, se sentirem que o mar não está para bacalhau, não entram nem a pau. Viram as costas e tchau. Seriam elas precavidas? Ou arrogantes sabidas que pensam prever o que está por vir e o que ninguém pode garantir? Não sei. Inteligentemente, já saltei fora de histórias insatisfatórias, mas também deixei de viver o agora por um medão inconsistente. Vai saber o quanto eficiente é a razão…

Já pessoas que jogam verde, paqueram com frases soltas saídas por acaso da boca, indiferentes, só para ver se colhem um flerte maduro lá na frente. Elas são blasés? Displicentes? Ou apenas seres inseguros que preferem o muro a mostrar no varejo sinais reais de seu desejo? Não sei. Joguei verde muitas vezes por receio de me ver exposta e outras vezes meio que pra fazer cena. Vale a pena? Façam suas apostas.

Há gente que traça estratégias, decora falas, ensaia declarações de amor e quando chega a hora H dá tudo errado: a fala cala, a estratégia falha mas, mesmo assim, o amor se declara em gestos desastrados e gagueiras sem fim. Aliás, pensando bem, melhor assim. É próprio da paixão desbaratar esquemas. E o texto na ponta da língua, é bom lembrar, míngua, gangrena, vira rata e mata o beijo.

O fato é que o desejo quase sempre vem à tona sem ser chamado e o risco de amar sem ser amado faz com que tentemos fincar diretrizes que por fim desobedecemos, cometendo deslizes. Quanto mais inventamos regras, mais comemos bola.

Cafona dizer, mas amor não se aprende na escola e nem vem com manual. E por isso é sensacional. Ou não? Afinal, quem pode saber de antemão os caminhos tortuosos do coração?
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Colaboração: Edna Sbrissa – São Paulo-SP – Brasil
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