Plantas Medicinais

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Plantas Medicinais

MS elabora Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS
06/03/2009 , às 16h58

Fonte:
http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalhes&id_area=1450&CO_NOTICIA=10001

São 71 espécies com potencial terapêutico, para orientar a cadeira produtiva e o desenvolvimento de pesquisas

Uma lista com 71 plantas de interesse do SUS está sendo divulgada pelo Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Ministério da Saúde. Dentre algumas espécies constam a Cynara scolymus (alcachofra), Schinus terebentthifolius (aroeira da praia) e a Uncaria tomentosa (unha-de-gato), usadas pela sabedoria popular e confirmadas cientificamente, para distúrbios de digestão, inflamação vaginal e dores articulares, respectivamente.

A Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus) apresenta plantas medicinais que apresentam potencial para gerar produtos de interesse ao SUS. A finalidade da lista é orientar estudos e pesquisas que possam subsidiar a elaboração da relação de fitoterápicos disponíveis para uso da população, com segurança e eficácia para o tratamento de determinada doença. Atualmente, são oferecidos fitoterápicos derivados de espinheira santa, para gastrites e úlceras, e de guaco, para tosses e gripes.

“Chegamos a 71 espécies depois de fazer um levantamento nos municípios que utilizavam fitoterápicos. Também priorizamos a inclusão de plantas nativas, que possam ser cultivadas em pelo menos uma das regiões do país e que possam atender às doenças mais comuns nos brasileiros”, explica o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica, José Miguel do Nascimento Jr.

De 2003 a 2006 o Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia financiou 74 projetos na área de Fitoterapia. Cerca de R$ 10 milhões foram destinados à pesquisas nessa área. Além disso, a Renisus vai subsidiar as ações dos outros ministérios participantes do Programa (Ministérios da Casa Civil; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Cultura; Desenvolvimento Agrário; Desenvolvimento Social e Combate a Fome; Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior; Ciência e Tecnologia; Integração Nacional; e Meio Ambiente). A Renisus deverá ser revisada e atualizada periodicamente, a critério do Ministério da Saúde.

FITOTERÁPICOS – O Sistema Único de Saúde (SUS) pretende ampliar, a partir de 2009, a lista de medicamentos fitoterápicos disponíveis na assistência farmacêutica básica em todo o país. O Ministério da Saúde também espera que com o Programa, os Estados possam se sentir estimulados a oferecer o serviço com esse tipo de medicamento – são 12 Estados ao todo que já oferecem.

Fitoterápico, de acordo com a legislação sanitária brasileira, é o medicamento obtido exclusivamente a partir de matérias-primas ativas vegetais. Os fitoterápicos utilizados pelo SUS são aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e, por isso, são considerados seguros e eficazes para a população.

De acordo com Nascimento, o programa tem um viés social, que mobiliza diversas áreas importantes, como a agricultura familiar, por exemplo. “É um instrumento de geração de emprego e renda, de desenvolvimento local e estruturação na cadeia produtiva, pois mobiliza desde o cultivo da planta medicinal até a produção do fitoterápico”.

O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, instituído em dezembro de 2008 pela Portaria nº 2.960, tem como um de seus objetivos inserir, com segurança, eficácia e qualidade, plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS. O Programa busca, também, promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais e remédios caseiros.

Conheça as plantas medicinais que compõem a RENISUS:

Achillea millefolium
Allium sativum
Aloe spp* (A. vera ou A. barbadensis)
Alpinia spp* (A. zerumbet ou A. speciosa)
Anacardium occidentale
Ananas comosus
Apuleia ferrea = Caesalpinia ferrea *
Arrabidaea chica
Artemisia absinthium
Baccharis trimera
Bauhinia spp* (B. affinis, B. forficata ou B. variegata)
Bidens pilosa
Calendula officinalis
Carapa guianensis
Casearia sylvestris
Chamomilla recutita = Matricaria chamomilla = Matricaria recutita
Chenopodium ambrosioides
Copaifera spp*
Cordia spp* (C. curassavica ou C. verbenacea)*
Costus spp* (C. scaber ou C. spicatus)
Croton spp (C. cajucara ou C. zehntneri)
Curcuma longa
Cynara scolymus
Dalbergia subcymosa
Eleutherine plicata
Equisetum arvense
Erythrina mulungu
Eucalyptus globulus
Eugenia uniflora ou Myrtus brasiliana*
Foeniculum vulgare
Glycine max
Harpagophytum procumbens
Jatropha gossypiifolia
Justicia pectoralis
Kalanchoe pinnata = Bryophyllum calycinum*
Lamium album
Lippia sidoides
Malva sylvestris
Maytenus spp* (M. aquifolium ou M. ilicifolia)
Mentha pulegium
Mentha spp* (M. crispa, M. piperita ou M. villosa)
Mikania spp* (M. glomerata ou M. laevigata)
Momordica charantia
Morus sp*
Ocimum gratissimum
Orbignya speciosa
Passiflora spp* (P. alata, P. edulis ou P. incarnata)
Persea spp* (P. gratissima ou P. americana)
Petroselinum sativum
Phyllanthus spp* (P. amarus, P.niruri, P. tenellus e P. urinaria)
Plantago major
Plectranthus barbatus = Coleus barbatus
Polygonum spp* (P. acre ou P. hydropiperoides)
Portulaca pilosa
Psidium guajava
Punica granatum
Rhamnus purshiana
Ruta graveolens
Salix alba
Schinus terebinthifolius = Schinus aroeira
Solanum paniculatum
Solidago microglossa
Stryphnodendron adstringens = Stryphnodendron barbatimam
Syzygium spp* (S. jambolanum ou S. cumini)
Tabebuia avellanedeae
Tagetes minuta
Trifolium pratense
Uncaria tomentosa
Vernonia condensata
Vernonia spp* (V. ruficoma ou V. polyanthes)
Zingiber officinale

* definir a(s) espécie(s) com cultivo, estudos e indicação de uso

Outras informações
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(61) 3315 3580 e 3315 2351
Fonte:
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Fitoterapia

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A Medicina Abraça a Fitoterapia…

Já se fala hoje em fitomedicina, uma tendência para resgatar o conhecimento das plantas, herdado de nossas avós, e validá-lo com o olhar da ciência.

Texto: Kátia Stringueto

Vai chegar um tempo em que, na consulta, iremos discutir com tranqüilidade com o médico sobre a possibilidade de tomar ginseng e gingko biloba ou chá de espinheira-santa para atenuar diferentes males. E talvez saiamos do encontro com uma pomada de unha-de-gato com a mesma sensação de segurança de quando um medicamento alopático é prescrito para as inflamações tópicas. Pois observa-se um olhar mais respeitoso para a fitoterapia.

Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), por exemplo, terá início em agosto a segunda turma de médicos com o propósito de estudar as virtudes das plantas. É uma parceria com a Sociedade Brasileira de Fitomedicina (Sobrafito). A primeira turma aconteceu em 2006 e reuniu 30 especialistas – clínicos gerais, ginecologistas, homeopatas, otorrinolaringologistas, cardiologistas, pediatras, pneumologistas e neurologistas. Todos convencidos de que essa é uma opção de tratamento que precisa ser resgatada e integrada ao que já fazem.

Por que agora? O clínico geral João Bosco, professor adjunto da Faculdade de Medicina de Rio Preto, enumera três motivos: “As pessoas estão mais preocupadas com uma vida saudável e isso inclui a escolha por medicamentos menos agressivos. Os gastos com a produção de remédios sintéticos estão altos. E a indústria farmacêutica percebeu que comunidades como a de índios e caiçaras têm muito contato com a natureza e detêm um grande conhecimento sobre plantas”.

Custa bem menos pesquisar quando há indícios de que a substância pode funcionar. Segundo o homeopata Luiz Sérgio Passos Alves, professor da Faculdade de Medicina de Santos, “as plantas escolhidas aleatoriamente tem 0,013% de chance de se tornar um fitoterápico comercializável, e as selecionadas com base no conhecimento popular aumentam a chance para 4,8%, 380 vezes mais”.

Novo Manual
A mentalidade do médico brasileiro também está mudando, como registra o otorrinolaringologista Marcos Roberto Nogueira, de São Paulo. Ele integrou o primeiro curso de pós-graduação em fitomedicina Unifesp e está envolvido em um projeto que pretende aprontar, até o início de 2008, um manual de prescrição de fotomedicamentos. O livro terá a chancela da cidade e fornecerá informações sobre cerca de 80 plantas – além do princípio ativo, constarão o nome do remédio fitoterápico, a dose recomendada, os prováveis efeitos colaterais e os estudos clínicos comprovando a ação terapêutica. Será a garantia de que os especialistas precisam. Uma pesquisa recente perguntou aos médicos se eles prescreveriam fitomedicamentos e 80% deles responderam que sim desde que tivessem garantias.

Talvez essa seja a maior diferença entre a fitoterapia, como a conhecemos, e a fitomedicina, como os médicos preferem chamar: o conhecimento empírico e o científico. Para substituir um remédio eficaz por um fitoterápico, é preciso a certeza de que esse último funciona.

O lançamento de uma pomada à base de erva-baleeira ilustra a situação. “É um antiinflamatório mais eficaz que seu similar sintético e, em pouco tempo, se tornou um líder de vendas”, informa Nogueira.

Para o consumidor, a questão ganha relevância quanto mais séria é a doença. “Se você tem má digestão, não importa se vai usar uma xícara ou meia de chá de camomila. Agora, se o problema for úlcera e o médico receitar espinheira-santa, precisará ter a segurança sobre uma dose eficaz”, diz Bosco. E compara: “Imagine um antibiótico fitoterápico. A dosagem deve ser obedecida com o mesmo rigor das substâncias alopáticas”.

Diálogo Aberto
O fitomedicamento pode ser mais barato, acessível e apresentar menos efeitos colaterais. Os estudos pretendem ainda afinar outra história: “A pessoa continuará a tomar seu chá, mas de forma mais respaldada”, acredita Nogueira.

A fitoterapia moderna tenta recuperar o diálogo entre paciente e médico, incorporar saberes de cada cultura e disseminar o conhecimento adquirido para outras regiões.

Bosco continua: “Investir na fitoterapia significa ainda ajudar o desenvolvimento da biodiversidade de diversos países – pobres, inclusive. É uma possibilidade de renda poder exportar esse know-how, em vez de importar”. Em síntese, o que os especialistas demonstram é que não existe uma fitoterapia – existem várias. A fitoterapia de autocuidado (a chamada de “atenção primária”, como acontece nos programas de saúde municipais e estaduais) e a fitoterapia de ponta, que pode se tornar um grande produto brasileiro de exportação. É quando todos ganham.

Experiência bem-sucedida
Há cerca de dez anos, o médico Luiz Sérgio Passos Alves, de Santos, foi convidado para ser voluntário no abrigo Vovó Benedita, uma instituição que reúne crianças para a adoção. Num sobrado de 6 x 25 m, vivem 56 crianças e adolescentes pesando entre 1,5 e 70 kg. “Por falta de espaço, cada berço comporta três bebês na vertical e o resto é quadriliche. Imagine como uma doença se dissemina nesse meio”, diz. Homeopatas, ele e a mulher ficaram incumbidos de reduzir o número de internações, o uso indiscriminado de antibióticos e o custo com medicamento. “Achamos que só a homeopatia não daria conta e começamos a estudar fito”, diz. “Com a ajuda de Deus, da homeopatia, muita fitoterapia (xaropes à base de guaco, chá de cebola para o ouvido, chá-mate ou verde para reverter a diarréia) e uma enorme consciência solidária, o abrigo se tornou uma referência em saúde pelos baixos índices de internação (duas ao ano) e pelo uso coerente de medicamentos.”

No momento, os médicos concluem uma parceria com a Universidade Santa Cecília, que produzirá gratuitamente os medicamentos utilizados no abrigo – pomada de calêndula para ferimentos, de camomila para assaduras e outros.
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Fonte:
http://bonsfluidos.abril.uol.com.br/livre/edicoes/0098/08/08.shtml
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