Idoso

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Como Mudar o Comportamento Frente ao Idoso

Dr. João Roberto D. Azevedo

O conhecimento nas novas perspectivas que envolvem a Terceira Idade com seus conflitos forma a base para a inversão desta situação. Deve, antes de tudo, ocorrer uma mudança de mentalidade. A sociedade deve receber o idoso, respeitando suas limitações e salientando as suas qualidades.

A terceira idade não deve ser encarada como um problema e sim como um espaço muito característico de nossas vidas, que deve ser entendido com objetividade.

Na sociedade moderna a terceira idade deve estar associada com felicidade, experiência e sabedoria. Estas idéias devem ser disseminadas por todos os cantos. Mas para que haja mudança do comportamento de nossa sociedade quanto à terceira idade, devem ocorrer também outras alterações.

Na base destas mudanças devem estar a eliminação da fome, da miséria, da doença e da ignorância que sufocam nossa sociedade. Estamos convencidos que a ignorância é ponto chave neste processo e deve ser combatida por todos os meios sendo responsabilidade não só das instituições governamentais, mas de todos aqueles que tem consciência em nosso país.

O rápido crescimento da população e idosos é um problema que merece tanta ou mais atenção que questões como a poluição ambiental, a destruição da natureza ou a AIDS.

O objetivo primeiro de uma sociedade moderna é a qualidade de vida e o reconhecimento da importância da terceira idade é um índice de qualidade. A sociedade sem cultura, mal informada, jamais atingirá este objetivo.

As pessoas informadas devem exercer influencia no sentido de reverter a situação atual. Neste processo o idoso deve ter participação ativa, através de associações, da mídia e todos os meios possíveis.

A política de Prevenção é fundamental neste processo. Não interessa a ninguém colocar o idoso doente simplesmente num leito hospitalar à espera da morte, solução indesejável, tanto para o idoso e para a sua família como para o Estado ou o eventual serviço de Seguro-saúde, sobre quem cai o ônus dos serviços.

Ou isolar o idoso sadio em asilos, segregando-o de maneira perversa, sem tratá-lo com dignidade e respeito. A prevenção de doenças, de acidentes, e de todas as circunstâncias que agridam o idoso devem nortear toda e qualquer política com relação à Terceira Idade.

A Família deve assumir a sua importância perante o idoso, compreendendo-o, apoiando-o e protegendo-o, pois o seu comportamento consciente é fundamental na conquista dos melhores resultados. A Sociedade deve estar preparada para modificar o seu comportamento com relação ao idoso demonstrando o seu respeito, valorizando-o, e criando soluções objetivas para os seus problemas.

O Governo deve melhorar as condições de atendimento médico ao idoso, ampliando-as e desenvolvendo uma p olítica realista de previdência social. Os sistemas de assistência social e de cuidados com a saúde devem ser revistos com destaque para os recursos econômico-financeiros. O Médico deve ter conhecimento de todo o processo de envelhecimento e de suas relações com o meio, atuando ativamente em todos os setores envolvidos com o objetivo de fornecer dados e informar sobre novas conquistas.

O Idoso deve adotar um comportamento ativo, atuando individualmente ou em grupos, tornando claras suas reivindicações e fazendo pressão sobre a sociedade no sentido da valorização de sua situação.

Não resta dúvida que a sociedade deve estar sensibilizada com seu processo de envelhecimento, que afinal não é próprio só de países ricos e sim um fenômeno universal. Ao criar planos e viabilizar políticas que cuidem da infância, da mulher, etc, a sociedade deve também destacar seus cuidados com a terceira idade.

A doença, a fragilidade, a i natividade, a dependência e a solidão são imagens que devem ser afastadas da terceira idade. A terceira idade deve ser considerada uma fase feliz da existência, um momento de transmissão de experiência e sabedoria e o envelhecimento deve ocorrer com dignidade. Para que tal ocorra toda sociedade deve participar ativamente.

Copyright © 2000 eHealth Latin America
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Colaboração:
Nelson Binotto De Paula
Taubaté-SP
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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Idoso

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A negligência social do idoso

Ser idoso não está entre as coisas mais desejáveis da vida, embora algumas pessoas considerem que essa é a melhor idade e outros a chamem de “terceira idade’: Não importa o nome que atribuímos à última idade do homem. O fato é que ela pode meter medo em muita gente. Portanto, pensar na velhice não é algo que flui com muita facilidade. A verdade é que, um dia, todos nós seremos velhos, isto é, se tivermos sorte e cuidarmos de nossa saúde.

Chegar à velhice não deve ser causa de ressentimento, mas de regozijo. Mesmo assim, o quadro do velho débil, frágil, enrugado, arqueado não nos causa admiração, nem nos desperta muito interesse de observação. Talvez porque nos faz pensar em como seremos no futuro.

Em realidade, não importa a altura da pessoa, não faz diferença a posição, não interessa o status econômico nem a posição social. Não importa se é feio ou bonito, homem ou mulher. Todos caminhamos para uma ruga a mais, um fio de cabelo a menos, a visão mais embaralhada, dificuldade para andar, paladar mais embotado e propensão para as mais variadas enfermidades.

Culto da aparência – Nessa visão da velhice, a mulher sofre um pouco mais.

Sofre mais porque depende da aparência para chamar a atenção. Além disso, ela é bombardeada pela mídia na promoção da indústria cosmética e, ultimamente, pela exploração da cirurgia plástica. Apesar do movimento feminista se esforçar para conscientizar a mulher quanto a outros atributos além da aparência, ela continua avessa a qualquer ameaça à sua beleza. Nada de rugas e sinais de que o tempo vai passando e deixando suas marcas. Até o homem está começando a ter pavor de cabelos brancos, calvície e aumento do abdômen.

Há um narcisismo emergente que leva a pessoa a valorizar cada vez mais a aparência e negligenciar sua essência. O narcisismo é perigoso, pois leva o indivíduo a ficar cada vez mais voltado para sua imagem, ignorar seu ser total e desconsiderar qualquer tipo de sentimento ou importância do outro.

Numa configuração dessas, é muito fácil compreender porque o idoso fica ignorado, abandonado, negligenciado. O que vale é a juventude. O importante é ser jovem. Não importa o ridículo pelo qual uma pessoa tenha que passar para se manter jovem. Não importa o sacrifício ou o custo para tentar impedir a implacabilidade do tempo.
Parece que quanto maior é a ansiedade por se manter jovem, mais medo se tem da velhice, maior é o risco de desespero quando ela chega.

Em busca da integridade – Eric Erikson, em suas considerações sobre as “oito idades do homem”: descreve o período final como integridade versus desespero, fase em que experiências, sonhos e lembranças do passado são trazidos à memória. Há uma tentativa de reconstruir o significado da vida que passou. Há o desejo de chegar a um acordo com a morte que se aproxima numa hora incerta.
Para o referido autor, pessoas sadias são as que alcançaram a integridade do ego, adaptaram-se aos desapontamentos e triunfos da vida, geraram produtos ou idéias, construíram algo. Quando olham para trás e observam sua trajetória, concluem que são especiais e encontraram sentido para a vida. Portanto, aceitam, sem medo, a inevitabilidade da morte, porque isso faz parte do ciclo de vida.

Por outro lado, em contraste com os que alcançam integridade do ego, há os que, ao olhar para trás, sentem desespero pela incapacidade de aceitar os fracassos inevitáveis da vida, viveram uma jornada de egoísmo, não se preocuparam com os outros, centraram-se em si mesmos. Caem no desespero porque descobrem o pouco tempo que lhes resta para viver. Desespero, porque não dá mais tempo de recomeçar, nem de buscar novos caminhos para chegar à integridade.

O que fazemos da vida é o que vai trazer as conseqüências para nós. O que plantamos hoje colheremos amanhã ou depois. A velhice é um fato com o qual precisamos lidar sem abuso contra o idoso. A sua condição merece afeto e proteção.
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Autor: Belisário Marques
Revista: Quebrando o Silêncio
Edição: Especial de 2008
Página: 16
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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Idoso e Velho

Idoso é quem tem o privilégio de viver longa vida…
…velho é quem perdeu a jovialidade.

A idade causa a degenerescência das células…
…a velhice causa a degenerescência do espírito.

Você é idoso quando sonha…

…você é velho quando apenas dorme…

Você é idoso quando ainda aprende…
…você é velho quando já nem ensina.

Você é idoso quando se exercita…
…você é velho quando somente descansa.

Você é idoso quando curte o que lhe resta de vida…
…você é velho quando sofre o que o aproxima da morte.

Você é idoso quando indaga se vale a pena…
…você é velho quando, sem querer pensar, responde que não.

Você é idoso quando ainda sente amor…
…você é velho quando não sente mais do que ciúmes e possessividade.

Para o idoso, a vida se renova a cada dia que começa…
… para o velho, a vida acaba a cada noite que termina.

Para o idoso, o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida…
… para o velho, todos os dias parecem o último da longa jornada.

Para o idoso, o calendário está repleto de amanhãs…
… para o velho, o calendário só tem ontens.

Enquanto o idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e preenche esperanças…
… o velho vive horas que se arrastam, destituídas de sentido.

Enquanto o idoso tem olhos postos no horizonte de onde o sol desponta…
…o velho tem a sua miopia voltada para as sombras do passado.

Enquanto as rugas do idoso são bonitas porque foram sulcadas pelo sorriso…
… as rugas do velho são feias porque foram vincadas pela amargura.

Enquanto o rosto do idoso se ilumina de esperança…
… o rosto do velho se apaga de desânimo.

Idoso e velho podem ter a mesma idade cronológica, mas têm idades diferentes no coração!

‘Que você, idoso, viva ainda uma longa vida, mas que nunca fique velho’.

Extraído do livro: Aprenda a Curtir Seus Anos Dourados, de Jorge R. Nascimento.
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Colaboração: Edna Sbrissa