Corpo, Perispírito e Alma

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Corpo, Perispírito e Alma
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O homem, já vimos, é um ser complexo. Nele se combinam três elementos para formar uma unidade viva, a saber:

— O corpo, envoltório material temporário, que abandonamos na morte como vestuário usado.

— O perispírito, invólucro fluídico permanente, invisível aos nossos sentidos naturais, que acompanha a alma em sua evolução infinita, e com ela se melhora e purifica.

— A alma, princípio inteligente, centro de força, foco da consciência e da personalidade.

Estes três elementos — matéria, fluido, inteligência estreitamente ligados em nós para constituírem a vida, encontram-se na base da ordem universal, da qual são as substâncias fundamentais, os termos componentes.

Fazem do homem uma miniatura do Universo, um microcosmo submetido ás mesmas leis e encerrando as mesmas potências que este.

Pode-se crer que o conhecimento perfeito do nosso ser conduzir-nos-ia, por analogia, à compreensão das leis superiores do Universo; mas o conhecimento absoluto do homem escapa ainda aos mais adiantados.

A alma, desprendida do corpo material e revestida do seu invólucro sutil, constitui o Espírito, ser fluídico, de forma humana, liberto das necessidades terrestres, invisível e impalpável em seu estado normal.

O Espírito não é mais que um homem desencarnado.

Todos tornaremos a ser Espíritos.

A morte restitui-nos à vida do espaço; o nascimento faz-nos voltar ao mundo material, para recomeçar o combate da existência, a luta necessária ao nosso adiantamento.

O corpo pode ser comparado à armadura com que o guerreiro se reveste antes da batalha e que abandona quando esta acaba.
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Léon Denis.

(via missionariosdaluz)

Consumo de carne

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Consumo de carne

(Carta Aberta entre: Álvaro Basile Portughesi e Fábio Pimenta)

Caro Álvaro;

Participo da casa espírita Léon Denis, em Vila Velha-ES.

Estamos reformulando nosso estatuto e muitas dúvidas têm permeado nossas mentes. São relacionados a abstinência da carne vermelha nos dias que antecedem a reunião de desobscessão e tratamento espiritual.

Como já pesquisei em várias fontes e as informações diferem em muitos aspectos, resolvi lhe pedir ajuda, pois lí e ouvi suas entrevistas onde você narra que no grupo em que participa tiveram informações dos irmãos espirituais. Você poderia dividir conosco! Posso encontrar em alguma obra?

Ao que tudo indica as informações estão espalhadas e se prestam a reuniões diferentes em sua finalidade, tipo, forma e etc.

Espero poder contar com sua colaboração!
Atenciosamente,

FÁBIO PIMENTA.

Álvaro responde:

Segundo orientações recebidas dos nossos Irmãos Espirituais que se materializavam, por serem de tratamentos esses trabalhos Eles aconselhavam que ficássemos no mínimo 3 dias antes das reuniões nos abstendo de carne vermelha, bebida alcoólica, fumo e até mesmo o uso do sexo, no último caso para que essas energias ficassem a disposição dos tratamentos em questão.

Eles explicam que seja qual for o tipo de trabalho que se presta ao tratamento de encarnados ou desencarnados, abster-se de ingerir bebidas e carne vermelha é de suma importância, pois os Médiuns liberam em maior ou menor quantidade o material chamado Ectoplasma (esse material precisa se encontrar sadio, pois funciona como eventual medicamento).

E se ele por acaso estiver maculado por toxinas que são oriundas das bebidas e carnes vermelhas, segundo Eles o material que deveria ser colocado em favor dos enfermos estaria prejudicado, impregnado desses malefícios.

Obs.: os Espíritos nunca nos obrigaram a fazer determinadas abstinências, entretanto, solicitavam o nosso não comparecimento caso não conseguíssemos nos abster a contento.

Um lembrete do Espírito José Grosso, Irmão Espiritual que sempre se apresentou em nossos trabalhos de cura: ” o cheiro que emana das chamadas churrascarias é semelhante ao odor que circundavam o circo romano, quando os cristãos estavam sendo queimados”.

Um livro que consideramos de suma importância, embora o seu autor não seja aceito por todos que se intitulam Espíritas, intitula-se ”Fisiologia da Alma”- ”do Espírito Ramatis”.

Estudem esse livro e será muito difícil vocês conseguirem continuar a fazer uso da carne vermelha.

Obs.: nós há mais de 40 anos fomos convidados para participarmos de uma reunião de desobsessão no Grupo de Fraternidade Espírita Dias da Cruz, em Caratinga – MG.

Um detalhe que nos chamou atenção foi a ausência do Espírito Josefh Gleber.

Um dos orientadores Espirituais nos informou que a ausência do referido Mentor se dava pelo fato de na reunião anterior ele ter participado desse tipo de reunião (desobsessão) onde os Médiuns haviam consumido carne vermelha e utilizado o consumo de nicotina.

Resultado: o Mentor estava passando por tratamento em clínica Espiritual para retirar os resquícios negativos que havia assimilado durante aquela reunião. Em suma Josefh Gleber ficou em tratamento por volta de 20 dias.

Abraços do amigo de sempre.
Alvaro.
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Alvaro Basile Portughesi
http://aportughesi.wordpress.com/
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Dor

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O porquê da dor

Por que sofremos é uma indagação que fazemos muitas vezes. Para que serve a dor, afinal?

Em alguns momentos, ela é o alerta, dando-nos ciência dos excessos que estamos nos permitindo, prejudicando a maquinaria orgânica, solicitando-nos ponderação.

Constitui-se em sinal da natureza que nos informa que algum órgão não anda bem, o que, para os prudentes, significa buscar o médico, a correta medicação, seguir a prescrição devida, repouso ou exercícios.

Em outros momentos, ela funciona como elemento que convida à reflexão, a passar em revista atos e lembranças de nossa vida.

Assim é, por exemplo, nos dias da velhice que, para muitos, significa horas de imobilidade, inação e sofrimento.

É uma prova necessária para a alma que, por esse meio, adquire madureza, critério e o correto juízo a respeito das coisas da Terra e do Mundo Invisível. Avalia, pondera, conclui.

A dor tem, portanto, não somente a propriedade do resgate das culpas do passado. Executa igualmente o papel do hábil artista frente a um bloco de mármore.

A estátua, nas suas formas perfeitas, ideais, está escondida no imenso bloco.

É a dor que toma do martelo, do cinzel e, a golpes violentos, ou então sob o cuidadoso trabalho do buril, desenha a estátua viva em contornos maravilhosos.

Para que a forma seja extraída em linhas delicadas, para que o Espírito triunfe da matéria, precisamos do sofrimento, desde que não vivemos somente pelo amor e pelo bem.

E que frutos tem dado o sofrimento! Reiteradas vezes, é sob o aguilhão do luto e das lágrimas, da ingratidão, da traição das amizades e do amor, das angústias multiplicadas que o poeta verseja de forma mais terna e o músico encontra os mais sublimes acordes.

Cumpre-nos analisar a incidência da dor, em nossas vidas, atribuindo-lhe o efetivo valor.

Sob a ação das marteladas sucessivas, a moleza, a apatia e a indiferença desaparecem. Também a cólera, a dureza e a arrogância.

Em todos nós, provoca ou desenvolve a sensibilidade, a delicadeza, a bondade e a ternura.

Entendamos, pois, a dor como um dos meios de que usa o Poder Infinito para nos chamar a Si e, ao mesmo tempo, para nos tornar mais rapidamente acessíveis à felicidade espiritual.

O sofrimento que nos fere objetiva sempre a nossa correção, exatamente como a mãe corrige o filho para educá-lo e melhorá-lo.

Faz-nos sentir também que o mundo em que vivemos é um lugar de passagem e não o ponto de chegada, que deveremos alcançar após exaustiva jornada.

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Os animais estão sujeitos ao trabalho de evolução para o princípio inteligente que neles existe.

Através de certos padecimentos naturais os animais adquirem os primeiros rudimentos de consciência.

A dor, num sentido amplo de entendimento, será necessária enquanto o homem não tiver colocado o seu pensamento e os seus atos de acordo com as Leis Divinas.

Depois disso, ela deixará de se fazer sentir pois logo se fará a harmonia.
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Fonte:
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 26 do livro O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis, ed. Feb.
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Colaboração:
Diniz Aleixo de Moraes
São Paulo-SP
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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Criacionismo, Evolucionismo e Espiritismo

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Criacionismo, Evolucionismo e Espiritismo

Eliseu Mota Júnior

Neste ano de 2009 a comunidade científica comemora o bicentenário do nascimento de Charles Robert Darwin (12/02/1809-19/04/1882), e o sesquicentenário da primeira edição de seu livro A origem das espécies, ocorrida em 24 de novembro de 1859. Por causa dessas efemérides, renasceram os debates em torno do criacionismo e do evolucionismo, as duas principais teorias sobre a criação do universo. Por isso, faremos uma pequena síntese de cada uma delas e daremos uma visão espírita desse importante assunto.

O criacionismo, embasado na Gênese bíblica, sustenta que, cerca de quatro mil anos antes da era cristã, Deus criou o mundo em seis dias, na seguinte ordem: a luz (primeiro dia); o firmamento (segundo dia); a terra, as plantas, as ervas e as árvores frutíferas (terceiro dia); o Sol, a Lua e as estrelas (quarto dia); os animais marinhos e as aves (quinto dia); os animais domésticos, os répteis, os animais selvagens, o homem e a mulher (sexto dia). E, havendo Deus terminado a criação, no sétimo dia descansou de sua obra.

Evolucionismo
Charles Darwin foi o primeiro cientista a oferecer uma alternativa a esse relato bíblico da criação. Observando plantas e animais numa viagem de cinco anos ao redor do mundo, ele concluiu que a evolução explica a diversidade dos seres vivos, tendo como base a chamada seleção natural, teoria segundo a qual os integrantes das diferentes espécies competem reciprocamente na luta pela vida, saindo vencedor aquele que apresentar qualquer variação de habilidade mais vantajosa. Em suma, os mais fracos perecem e os mais aptos sobrevivem, legando à sua descendência as variações benéficas. No tocante à origem do homem, os evolucionistas sustentam que a transição entre o reino animal e a espécie humana foi feita através dos primatas e dos homens pré-históricos. Estão de acordo em que o homem e a família dos macacos se separaram a partir de um antepassado comum.

Espiritismo
Uma visão espírita livre de preconceitos pode aceitar o evolucionismo e a teoria cosmogônica do “big bang”, segundo a qual tudo começou a partir da singularidade, um minúsculo átomo energético que sofreu uma expansão súbita e originou o universo, há mais ou menos dezoito bilhões de anos. Antes do “big bang” havia uma espécie de “campo quântico inicial”, onde a noção de materialidade não tem sentido, pois não existia traço algum do que seja material. No instante primordial ocorreu uma transferência de energia extremamente elevada, que permitiu a criação do átomo primitivo. E isto num contexto onde o espaço e o tempo ainda não têm existência física. A “grande explosão ou expansão” inicial poderia ter sido caótica, desordenada, mas os componentes desse universo nascente obedecem a uma ordem rigorosa desde a fase inicial, como se o homem tivesse nascido em um universo feito para ele, intencionalmente construído na sua medida por uma inteligência suprema e causa primária de todas as coisas, a que o Espiritismo denomina Deus.

Atualmente os cientistas constataram a existência de um fenômeno de ordem subjacente, que conduz inelutavelmente ao surgimento da vida. Com efeito, eles lembram que a desordem não é um estado natural da matéria, mas um estado que precede a emergência ou a eclosão de uma ordem mais elaborada. Ficou demonstrada a existência de uma espécie de trama contínua que une o inerte, o preexistente e o vivo, a matéria tendendo a se estruturar para se tornar matéria viva. A Doutrina Espírita esclarece que Deus criou o espírito (princípio inteligente do universo) e a matéria, os quais, unidos por um agente intermediário, originaram a criação, cujo ápice é exatamente a vida.

De fato, na lúcida visão de Léon Denis, “não sendo a vida mais que uma manifestação do espírito, traduzida pelo movimento, essas duas formas de evolução são paralelas e solidárias. A alma elabora-se no seio dos organismos rudimentares. No animal está apenas em estado embrionário; no homem, adquire o conhecimento, e não mais pode retrogradar. Porém, em todos os graus ela se prepara e conforma o seu invólucro. As formas sucessivas que reveste são a expressão do seu valor próprio. A situação que ocupa na escala dos seres está em relação direta com o seu estado de adiantamento” (Depois da morte, pp. 132-l33). Em outras palavras, “a alma dorme no mineral, sonha no vegetal, agita-se no animal e desperta no homem”.

Em síntese, ao mostrar que “fé raciocinada só o é aquela que enfrenta a razão face a face em todas as épocas da humanidade”, o Espiritismo é o único elo capaz de uni-las, porque sem ele “a ciência continua manca e a religião prossegue na sua cegueira”, como diria o cientista Albert Einstein.
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Fonte:
http://www.oclarim.com.br/?id=7&tp_not=2&cod=836
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A construção da crença

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A construção da crença

Ângela Bessa Linhares
25 Abr 2009

Imprimir Corrigir O que pode ser mais fantástico e inesperado para mim do que a realidade? – era a pergunta que o escritor Dostoievski se fazia. As problemáticas de hoje e as possibilidades da realidade conquistada socialmente são tão duras e severas como fantásticas e cheias de possibilidades de paz e bem; são, na verdade, complexas. São realidades que estão a exigir cada vez mais um encontro com a dimensão espiritual que todos temos.

Como se constrói a crença? – vemos muitas pessoas se perguntarem. Algumas falas, como ondas que vêm, nos mostram como algumas pessoas têm vivido esse caminho de construção da crença.

Outro dia ouvi, olha: – Tem um lugar do meu ser que eu sempre escuto, quando volto a mim. Meu eu se espalha o dia todo: entre panelas, meninos na escola e chuvas, consertos de canos e a rosa dália que plantei em um vaso da sala; tem uma hora que eu me procuro e não me acho entre meus sentidos ali. É então que eu me volto para uma espécie de eu mais profundo e vejo que tem um sentido espiritual que posso buscar. Quando estou muito afogada nas paixões e aperreios da lida do dia mesmo, sinto que esse sentido me foge e vem apenas como um relâmpago fugidio. Quando tento juntar os dois planos da vida, me percebendo como um ser espiritual para pensar minhas questões, parece que entro em uma construção que vou palmilhando como um caminho de sabedoria”.

León Denis nos lembra que a causa de nossas misérias morais é que pomos em oposição esses dois planos da vida ou focos psíquicos, como ele diz: o plano das vidas terrestres e o espiritual. Para identificar um com o outro, pode-se começar juntando nossa necessidade de justiça, nossas aspirações mais acalentadas, sonhos, sentimentos do belo e do bem, desejos de saber, a esse chamado “sentido íntimo” espiritual, que encerra nosso eu integral, como diz Kardec.

É que sob a superfície de nosso eu, agitado pelos temores e desejos, conflitos e esperanças, há um eu profundo onde se encontra nossa consciência integral, sede dos saberes e aprendizados que fizemos nas múltiplas reencarnações e nos períodos vividos entre uma reencarnação e outra. William James já observara: “Os prolongamentos do ‘eu’ consciente dilatam-se muito além do mundo da sensação e da razão, em certa região que se pode chamar mística ou sobrenatural”. A região de onde Jesus, com sua pedagogia do amor, nos chama.

Na verdade, como diz o espírito André Luiz, psicografia de Chico Xavier, o que acumulamos em saber e amor, ao longo do tempo, se diz por meio de nossas tendências e faculdades, dificuldades e afetos, que nos apontam os aprendizados a fazer no agora. O que não aprendemos antes bate à porta como aprendizado a cobrar reflexão e ação; o que já sabemos vai impulsionando mais e mais nossa evolução.

O eu integral envolve a faculdade de perceber o mundo, de amar, sentir, pensar e querer, que acordam a nossa capacidade de sermos sujeito de escolhas afetivas e morais. Sabe-se que quanto maior a evolução do espírito, mais ele escolhe as formas e situações que vive na reencarnação terrestre. E, de algum modo, em geral, estudamos e escolhemos, antes de reencarnar, grande parte do que e como seriam nossos aprendizados fundamentais na reencarnação. O que não se pode esquecer é que os espíritos possuem graus de adiantamento, e o que não aprendemos agora o faremos depois; com dificuldades maiores, se deixamos se avolumar compromissos.

A crença se constrói cotidianamente; não é uma construção intelectual, somente, mas implica a (re)educação do sentimento e faculdades do ser imortal que somos.

A humanidade somos nós mesmos, os seres que ontem aqui estávamos e que voltamos para continuar nossa evolução pessoal e coletiva, muitas vezes mudando de lugar nas cenas da história.

Os impulsos de ontem vêm ao hoje para mudarmos, e não para nos vangloriarmos de nossa inferioridade. A vida de relação – conosco, com os objetos do mundo e com os outros, as esferas da educação, como diz Rousseau – nos chama a cumprir as experiências por meio das quais aprendemos a ser melhores. Já as noções elevadas da personalidade real – que vamos desenvolvendo como esse sentido íntimo, transcendente, que nos ajuda a nos percebemos como ser espiritual -, é um olhar lúcido da alma a desenvolver a cada passo. Estes três âmbitos da vida – impulsos, experiências e noções elevadas, que incluem os sentidos espirituais – correspondem no cérebro físico à região dos nervos, do córtex e dos lobos frontais, mas têm sede na alma; na verdade, são nosso passado (que vem como impulsos a elaborar), presente (experiências em curso) e futuro, respectivamente. A construção da crença se dá por meio dessa educação do ser vista em sua inteireza; e é trabalho inadiável de nossa evolução. Como temos alimentado em nós a construção da crença?

ÂNGELA BESSA LINHARESO – É membro da Federação Espírita do Estado do CE
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Fonte:
http://www.opovo.com.br/opovo/espiritualidade/873031.html
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