Divórcio

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Do divórcio ante a evolução do Espírito
05/04/2009

Em artigos publicados no mês transato, verificamos que o Cap. XXII do livro que Allan Kardec publicou em 1864, O Evangelho Segundo o Espiritismo, se resumia apenas em dois temas. O primeiro deles, aqui já estudado, dividido em quatro itens; cabe-nos hoje concluir o assunto “Não separeis o que Deus juntou”, com a transcrição, na íntegra, do item 5, intitulado “O Divórcio”:

“O divórcio é uma lei humana que tem por fim separar legalmente o que está separado de fato; não é contrária à lei de Deus, uma vez que não reforma senão o que os homens fizeram, e não é aplicável senão nos casos em que não se levou em conta a lei divina; se fosse contrária a esta lei, a própria Igreja seria forçada a considerar prevaricadores aqueles dos seus chefes que, pela sua própria autoridade, e em nome da religião, em mais de uma circunstância, impuseram o divórcio; dupla prevaricação então, uma vez que seria só em vista de interesses temporais, e não para satisfazer a lei do amor.

Mas Jesus, ele mesmo, não consagrou a indissolubilidade absoluta do matrimônio. Não disse: ‘É por causa da dureza de vosso coração que Moisés vos permitiu devolver vossas mulheres? O que significa que, desde o tempo de Moisés, a afeição mútua não sendo o objetivo único do casamento, a separação podia tornar-se necessária.’ Mas acrescenta: ‘Isso não foi desde o princípio’; quer dizer que na origem da Humanidade, quando os homens não estavam ainda pervertidos pelo egoísmo e pelo orgulho, e viviam segundo as leis de Deus, as uniões fundadas sobre a simpatia, e não sobre a vaidade ou a ambição, não davam lugar ao repúdio.

Vai mais longe e especifica o caso em que o repúdio pode ter lugar: o de adultério; ora, o adultério não existe onde reina uma afeição recíproca sincera. Proíbe, é verdade, a todo homem de esposar a mulher repudiada, mas é preciso ter em conta os costumes e o caráter dos homens do seu tempo. A lei mosaica, nesse caso, prescrevia a lapidação; querendo abolir um uso bárbaro, seria preciso, entretanto, uma penalidade, e a achou na ignomínia que devia imprimir a interdição de um segundo matrimônio. Era de alguma sorte uma lei civil substituindo outra lei civil, mas que, como todas as leis dessa natureza, devia sofrer a prova do tempo.”

Com relação à evolução do Espírito, ouçamos Allan Kardec, no Cap. XI — “Encarnação dos Espíritos” — em A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo:

“À medida que progride moralmente, o Espírito se desmaterializa, isto é, depura-se, com o subtrair-se à influência da matéria; sua vida se espiritualiza, suas faculdades e percepções se ampliam; sua felicidade se torna proporcional ao progresso realizado. Entretanto, como atua em virtude de seu livre arbítrio, pode ele, por negligência ou má vontade, retardar o seu avanço; prolonga, conseguintemente, a duração de suas encarnações materiais, que, então, se lhe tornam uma punição, pois que, por falta sua, ele permanece nas categorias inferiores, obrigado a recomeçar a mesma tarefa. Depende, pois, do Espírito abreviar, pelo trabalho de depuração executado sobre si mesmo, a extensão do período das encarnações.”

Elias Barbosa
Clínico geral e psiquiatra
eliasbarbosa34@terra.com.br
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Fonte:
http://www.jmonline.com.br/novo/?noticias,22,ARTICULISTAS,7180
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A lei do amor

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A lei do amor deve suprir toda união

Ainda discorrendo sobre o casamento, Allan Kardec afirma que “nem a lei civil, nem os compromissos que ela faz contrair podem suprir a lei do amor se esta lei não preside a união; disso resulta que, frequentemente, o que se une à força, se separa por si mesmo; que o juramento que se pronuncia ao pé do altar torna-se um perjúrio se dito como uma fórmula banal; daí as uniões infelizes, que acabam por tornar-se criminosas; dupla infelicidade que se evitaria se, nas condições do casamento, não se fizesse abstração da única lei que o sanciona aos olhos de Deus: a lei de amor.
Quando Deus disse: ‘Vós não sereis senão uma mesma carne’; e quando Jesus disse: ‘Vós não separareis o que Deus uniu’, isso se deve entender da união segundo a lei imutável de Deus, e não segundo a lei variável dos homens”.

O item conclusivo do Cap. XII, o nº 4, traz o seguinte esclarecimento:

“A lei civil é, pois, supérflua, e é preciso retornar ao casamento segundo a Natureza? Não, certamente, a lei civil tem por objetivo regular as relações sociais e os interesses das famílias, segundo as exigências da civilização; eis porque ela é útil, necessária, mas variável, deve ser previdente, porque o homem civilizado não pode viver como o selvagem; mas nada, absolutamente nada, se opõe a que seja o corolário da lei de Deus; os obstáculos para o cumprimento da lei divina resultam dos preconceitos e não da lei civil. Esses preconceitos, se bem que ainda vivazes, já perderam seu império entre os povos esclarecidos; eles desaparecerão com o progresso moral, que abrirá, enfim, os olhos sobre os males sem número, as faltas, os próprios crimes que resultem de uniões contraídas tendo em vista unicamente os interesses materiais; e se perguntará um dia se é mais humano, mais caridoso, mais moral, unir indissoluvelmente um ao outro seres que não podem viver juntos, do que lhes dar a liberdade, se a perspectiva de uma cadeia indissolúvel não aumenta o número das uniões irregulares.”

Que possamos concluir, com recomendações ao livro Caminho, Verdade e Vida, recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, e lançado pela Federação Espírita Brasileira, com prefácio datado de Pedro Leopoldo, 2 de setembro de 1948, estudando o trecho de Atos,73, que depois de nos alertar que “a família não seria a parentela, mas a parentela converter-se-ia, mais tarde, nas santas expressões da família”, complementa:

“A caminho de Jesus, será útil abandonar a esfera de maledicências e incompreensões da parentela e pautar os atos na execução do dever mais sublime, sem esmorecer na exemplificação, porquanto, assim, o aprendiz fiel estará exortando-a, sem palavras, a participar dos direitos da família maior, que é a de Jesus Cristo.”

Leitor amigo, no casamento ou fora dele, não nos esqueçamos de que o respeito, a compreensão, a paciência infinita para com as faltas alheias deverão sempre nortear-nos os passos, já que todos aspiramos a uma vida onde reinem a Paz e a Alegria, recomendada pelo Apóstolo dos Gentios, e ainda permanecemos num mundo de provas e expiações, o qual ainda necessitamos habitar.

Elias Barbosa
Clínico geral e psiquiatra
eliasbarbosa34@terra.com.br
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Fonte:
http://www.jmonline.com.br/novo/?noticias,22,ARTICULISTAS,6824
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Afeições

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As afeições do corpo e as da alma

Elias Barbosa – 15/03/2009

Vimos, no artigo precedente, duas questões de O Livro dos Espíritos relacionadas com a decepção, a ingratidão e as afeições destruídas, e reservamos para hoje o estudo das “Uniões antipáticas”, esperando que a transcrição das novas perguntas de Allan Kardec e as respectivas respostas dadas pelos Espíritos superiores, através da mediunidade de duas adolescentes, algo de bom possa acrescentar às nossas vidas.

De início, a questão 939: “— Visto que os Espíritos simpáticos são levados a unir-se, como se dá que, entre os Espíritos encarnados, a afeição não esteja, frequentemente, senão de um lado, e que o amor mais sincero seja recebido com indiferença e mesmo repulsa? Como, de outra parte, a afeição mais viva de dois seres pode mudar em antipatia e, algumas vezes, em ódio?

— Não compreendeis, pois, que é uma punição, mas que não é senão passageira. Aliás, quantos não há que creem amar perdidamente, porque não julgam senão sobre as aparências, e quando são obrigados a viver com as pessoas, não tardam a reconhecer que isso não é senão uma admiração material. Não basta estar enamorado de uma pessoa que vos agrada e a quem creiais de belas qualidades; é vivendo realmente com ela que podereis apreciá-la. Quantas também não há dessas uniões que, no início, parecem não dever jamais ser simpáticas, e quando um e outro se conhecem bem e se estudam bem, acabam por se amar com um amor terno e durável, porque repousa sobre a estima! É preciso não esquecer que é o Espírito que ama e não o corpo, e, quando a ilusão material se dissipa, o espírito vê a realidade. Há duas espécies de afeições: a do corpo e a da alma e, frequentemente, se toma uma pela outra. A afeição da alma, quando pura e simpática, é durável; a do corpo é perecível. Eis porque, frequentemente, aqueles que creem se amar, com um amor eterno, se odeiam quando a ilusão termina.”

Passemos à segunda questão, que é acompanhada de uma suplementar:

“940 — A falta de simpatia entre os seres destinados a viver juntos, não é igualmente uma fonte de desgostos tanto mais amarga quando envenena toda a existência?

— Muito amarga, com efeito. Mas é uma dessas infelicidades das quais, frequentemente, sois a primeira causa. Primeiro, são vossas leis que são erradas. Por que crês que Deus te constrange a ficar com aqueles que te descontentam? Aliás, nessas uniões, frequentemente, procurais mais a satisfação do vosso orgulho e da vossa ambição do que a felicidade de uma afeição mútua; suportareis, nesse caso, a consequência dos vossos preconceitos.

— Mas, nesse caso, não há quase sempre uma vítima inocente?

— Sim, e é para ela uma dura expiação; mas a responsabilidade de sua infelicidade recairá sobre aqueles que lhe foram a causa. Se a luz da verdade penetrou sua alma, ela terá sua consolação em sua fé no futuro. De resto, à medida que os preconceitos se enfraquecerem, as causas de suas infelicidades íntimas desaparecerão também.”
(*) clínico geral e psiquiatra
eliasbarbosa34@terra.com.br
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Das decepções e da ingratidão

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Das decepções e da ingratidão

Duas questões de O Livro dos Espíritos esclarecem-nos sobre algo que leva muitas pessoas a profundo estado de melancolia, porque, se esquecendo de que todos somos seres humanos, falíveis, portanto, acabam se decepcionando, muitas vezes a caminho de um quadro a requisitar tratamento médico. Vejamos, em primeiro lugar, respectivamente, a pergunta e a resposta na primeira das citadas questões:

“937 — As decepções que nos fazem experimentar a ingratidão e a fragilidade dos laços da amizade não são também para o homem de coração uma fonte de amargura?

— Sim, mas já vos ensinamos a lastimar os ingratos e os amigos infiéis; eles serão mais infelizes do que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta encontrará mais tarde corações insensíveis como ele próprio o foi. Pensai em todos aqueles que fizeram maior bem do que vós, que valeram mais do que vós e que foram pagos com a ingratidão. Pensai que o próprio Jesus, em sua vida, foi zombado e desprezado, tratado de velhaco e de impostor, e não vos espanteis que assim seja em relação a vós. Que o bem que houverdes feito seja a vossa recompensa nesse mundo. A ingratidão é uma prova para a vossa persistência em fazer o bem; ser-vos-á levada em conta e aqueles que vos desconheceram serão punidos por isso, tanto mais quanto maior houver sido a sua ingratidão.

“938 — As decepções causadas pela ingratidão não são feitas para endurecer o coração e fechá-lo à sensibilidade?

-— Isso seria um erro, porque o homem de coração, como dizes, está sempre feliz pelo bem que faz. Ele sabe que se o não lembrarem nesta vida, o farão em outra, e que o ingrato disso terá vergonha e remorsos.

— Esse pensamento não impede seu coração de ser ulcerado; ora, isso não poderia originar-lhe a ideia de que seria mais feliz se fosse menos sensível?

— Sim, se prefere a felicidade do egoísta; é uma triste felicidade esta. Que ele saiba, portanto, que os amigos ingratos que o abandonam não são dignos de sua amizade e que se enganou sobre eles; desde então, não deve lamentar a sua perda. Mais tarde, encontrará os que saberão melhor compreendê-lo. Lamentai aqueles que têm para vós maus procedimentos que não merecestes, porque haverá para eles um triste retorno; mas não vos aflijais com isso: é o meio de vos colocardes acima deles.”

Em seguida, o adendo de Allan Kardec: “A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores prazeres que lhe seja concedido sobre a Terra é o de reencontrar corações que simpatizam com o seu, o que lhe dá as premissas de uma felicidade que lhe está reservada no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência: é um prazer negado ao egoísta.”

No próximo artigo, estudaremos as “Uniões Antipáticas”, através das questões 939 e 940.

Elias Barbosa
clínico geral e psiquiatra
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Espiritismo Aprovado!

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Espiritismo em livro aprovado pelo MEC/75

(*)Elias Barbosa – 01/03/2009

O livro que estamos compulsando intitula-se Atividades de Educação Moral e Cívica – 1ª Grau, de Antônio de Siqueira e Rafael Bertolin (IBEP – Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas, São Paulo, Brasil, 1ª edição, 1975), a partir da página 100. Esta obra, aprovada pela comissão Nacional de Moral e Civismo e homologada pelo então Sr. Ministro da Educação e Cultura, processo MEC nº 260479/75 – Diário Oficial da União de 19/12/75 –, traz o seguinte Prefácio dos autores, que bem poderia ser assinado por qualquer pessoa que se diga espírita ou tenha conhecimento dos princípios básicos da Doutrina codificada por Allan Kardec:

“Jovem! Pensando em você e com um voto de confiança em sua capacidade, em seu otimismo, em sua juventude, em sua vontade de alcançar um ideal que valha a pena, é que lhe oferecemos estas páginas, inspiradas na própria vida.

Ao escrevê-las, levamos em muita conta que você é um ser humano rico de qualidades e procuramos ajudá-lo a desenvolvê-las para que você realize sua vida se seja feliz.

Educar-se é reconhecer os próprios limites, é desenvolver as próprias qualidades, é aceitar os outros e ser aceito, é aprender a conviver, é amar.

Lembre-se de que o ideal na vida não é só lutar pelo que é bom, mas procurar o que é melhor.”

O Capítulo 18, “IGREJA”, de que vamos extrair pequeno trecho para a nossa meditação, vai da pág. 99 à 101. Afirmando que “existiram e existem muitas religiões espalhadas pelo mundo” e que “todas procuram, de um modo ou de outro, aproximar o homem do Criador”, concluem os autores que “as Grandes Religiões mais conhecidas na história do mundo são as que seguem: o Cristianismo, o Budismo, o Islamismo, o Espiritismo e o Bramanismo”.

Não podemos nos esquecer de que a Doutrina Espírita é uma filosofia e uma ciência de consequências religiosas, a Religião Cósmica do Amor e da Sabedoria, segundo o Espírito de André Luiz, pelo médium Xavier.

Esclarecendo ao estimado leitor que estamos de posse do Livro do Professor, e não de um dos que são distribuídos às livrarias, eis o que nele ainda encontramos, que muito nos alegra: “O Espiritismo vem da mais alta antiguidade. No Brasil é muito seguido o Espiritismo organizado por Allan Kardec. Sua doutrina admite a reencarnação nos espíritos dos mortos. Segundo essa doutrina, os médiuns podem fazer aparecer os espíritos ou ouvir vozes do além, receber mensagens dos mortos e escrevê-las (psicografia). O Espiritismo não se opõe às religiões cristãs e desenvolve muitas obras de assistência social, beneméritas, como escolas, asilos.”

Que possamos, portanto, estudar os livros básicos do Espiritismo — O Livro dos Espíritos (1857); O que é o Espiritismo (1859); O Livro dos Médiuns (1861); O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864); O Céu e o Inferno (1865), e A Gênese (1868), além dos doze tomos da Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos, de 1858 ao primeiro semestre de 1869, já que a desencarnação do Codificador se deu a 31 de março daquele ano, em Paris. Obras Póstumas saíram em 1890.
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(*) clínico geral e psiquiatra
eliasbarbosa34@terra.com.br
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